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29/11/2006
-
21h51
LUÍS FERNANDO MANZOLI
da Folha Ribeirão
Uma bebê anencéfala (sem o cérebro) completou nesta quarta-feira nove dias de vida. Marcela de Jesus Galante Ferreira, de Patrocínio Paulista (413 km de São Paulo), consegue responder a estímulos musculares e, até ontem, mamava normalmente e respirava sem aparelhos.
Crianças que nascem com anencefalia como Marcela geralmente morrem com poucas horas de vida. A anomalia, quando descoberta durante a gravidez, permite que a mãe faça o aborto desde que obtenha autorização da Justiça.
Marcela possui uma pequena porção do córtex cerebral (localizado na parte frontal da cabeça), mas, de acordo com a pediatra que a atende, isso não impede o bebê de ser classificado como anencéfalo.
"É um pedaço ínfimo, e que não está ligado à espinha dorsal", disse a pediatra Marcia Beani. A médica afirmou que Marcela respira, suga o leite e consegue reagir a estímulos porque a sua medula está intacta. "É a estrutura que controla movimentos involuntários, como batimentos cardíacos."
Na noite de ontem, Marcela começou a ter convulsões e teve o sistema respiratório afetado. Os médicos a colocaram em um capacete de oxigênio e passaram a alimentá-la pela veia. "É triste, mas já era esperado. Só tentamos mantê-la viva com dignidade e conforto", disse a médica.
"Só quando Deus quiser"
A mãe de Marcela, a dona-de-casa Cacilda Galante Ferreira, 35, permanece na Santa Casa desde o nascimento da filha. "Só vou sair daqui quando Deus quiser", afirmou. Cacilda soube que Marcela nasceria anencéfala no quarto mês de gestação, e, mesmo assim, decidiu manter a gravidez.
O pai, o agricultor Dionísio Ferreira, 46, afirmou que não se arrepende da decisão.
"Pelo menos ela conheceu o mundo e mesmo com o problema mexeu com tanta gente", disse Ferreira. O casal tem mais duas filhas --Débora Cristina, 18, e Dirlene, 14. A família vive em um sítio e sobrevive da venda de café cultivado na propriedade. O café é vendido na feira de Patrocínio, aos domingos.
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Uma bebê anencéfala (sem o cérebro) completou nesta quarta-feira nove dias de vida. Marcela de Jesus Galante Ferreira, de Patrocínio Paulista (413 km de São Paulo), consegue responder a estímulos musculares e, até ontem, mamava normalmente e respirava sem aparelhos.
Crianças que nascem com anencefalia como Marcela geralmente morrem com poucas horas de vida. A anomalia, quando descoberta durante a gravidez, permite que a mãe faça o aborto desde que obtenha autorização da Justiça.
Marcela possui uma pequena porção do córtex cerebral (localizado na parte frontal da cabeça), mas, de acordo com a pediatra que a atende, isso não impede o bebê de ser classificado como anencéfalo.
"É um pedaço ínfimo, e que não está ligado à espinha dorsal", disse a pediatra Marcia Beani. A médica afirmou que Marcela respira, suga o leite e consegue reagir a estímulos porque a sua medula está intacta. "É a estrutura que controla movimentos involuntários, como batimentos cardíacos."
Na noite de ontem, Marcela começou a ter convulsões e teve o sistema respiratório afetado. Os médicos a colocaram em um capacete de oxigênio e passaram a alimentá-la pela veia. "É triste, mas já era esperado. Só tentamos mantê-la viva com dignidade e conforto", disse a médica.
"Só quando Deus quiser"
A mãe de Marcela, a dona-de-casa Cacilda Galante Ferreira, 35, permanece na Santa Casa desde o nascimento da filha. "Só vou sair daqui quando Deus quiser", afirmou. Cacilda soube que Marcela nasceria anencéfala no quarto mês de gestação, e, mesmo assim, decidiu manter a gravidez.
O pai, o agricultor Dionísio Ferreira, 46, afirmou que não se arrepende da decisão.
"Pelo menos ela conheceu o mundo e mesmo com o problema mexeu com tanta gente", disse Ferreira. O casal tem mais duas filhas --Débora Cristina, 18, e Dirlene, 14. A família vive em um sítio e sobrevive da venda de café cultivado na propriedade. O café é vendido na feira de Patrocínio, aos domingos.
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