Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/12/2006 - 09h57

4 estudantes são feridos em mais um ato contra a tarifa

Publicidade

PAULO SAMPAIO
da Folha de S.Paulo

Pelo menos quatro pessoas saíram feridas ontem, em mais um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo --de R$ 2,00 para R$ 2,30. A nova tarifa entrou em vigor na última quinta-feira.

Três atingidos eram menores de idade, entre eles uma estudante de 17 anos, que, segundo a mãe de outra adolescente, sofreu fratura exposta em um dedo da mão e em um do pé (ambos esquerdos). Os outros manifestantes atingidos tiveram ferimentos leves.

Todos foram atendidos na Santa Casa. A garota que teve a fratura exposta deveria passar a noite no local, em observação. Até a conclusão desta edição, um dos adolescentes feridos já tinha sido liberado.

O enfrentamento entre a PM e os manifestantes aconteceu quando a passeata chegou à avenida Rio Branco, vinda do Teatro Municipal.

A intenção da polícia era fazer com que os manifestantes caminhassem pela faixa de ônibus, para não interromper completamente o trânsito. Passava das 19h. Como a faixa de ônibus era insuficiente para a quantidade de participantes do protesto --cerca de 350, de acordo com a PM--, os policiais passaram a empurrá-los e alguns jovens reagiram. Os policiais então jogaram bombas de efeito moral.

De acordo com o universitário Artour de Queiroz, 28, o enfrentamento aconteceu porque alguns manifestantes exibiam frase baseada em citação do dramaturgo russo Leon Tolstoi, com os dizeres: "Todo policial, ainda que seja um cavalheiro, é sempre um assassino". Na versão da PM, quem começou o tumulto foi um grupo de jovens que derrubou uma barraca de laranjas e passou a atirá-las contra os policiais.

"Estava tudo correndo tranqüilamente, mas sempre tem um espírito de porco", diz o tenente coronel César. Foi naquele ponto que os manifestantes começaram a dispersar. Os dissidentes, não mais do que cem pessoas, seguiram para a praça da República, viraram na direção da avenida São Luiz e enveredaram pela rua da Consolação. Ali, sem liderança, a passeata seguiu durante alguns minutos, paralisando o trânsito. "Vamos encerrar aqui gente!", gritam uns. "Nada disso vamos subir a Consolação", dizem outros. Por fim, o grupo entrou na rua Maria Antônia, mas já sem formato de passeata, andando em grupos pelas calçadas.

Na altura do bar The Cave, que fica em frente à rua Doutor Vila Nova, os freqüentadores do local (a maioria estudantes da Universidade Mackenzie) foram instados a participar do movimento. "Eles gritavam: "Vem! Vem! Mas meu, hoje é sexta-feira, quero tomar uma breja, meu", diz Luciano Oliveira, 21, estudante de psicologia.

Um dos manifestantes jogou paus, pedras e garrafas que atingiram de raspão algumas pessoas. "Meu, eu trabalho e pago com o meu dinheiro as "breja" que tomo. Me deixa em paz, hoje é sexta, tô de saco cheio", diz o estudante Renato Bello, 22, com um pedaço de gelo sobre o lábio cortado por efeito de uma cabeçada.

"Aquilo não tinha nada a ver com a passeata pela tarifa. É porque a gente paga uma mensalidade cara na faculdade", acredita a estudante de psicologia Ana Paula Moreira, 28. O universitário Jimmy Anderson, 23, que acompanhava a passeata, conteve os agressores e disse aos agredidos que aquilo era um movimento de paz. "O problema é que os manifestantes não tem uma unidade de pensamento", diz.

Com JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, da Reportagem Local

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre aumento de tarifas
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página