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05/12/2006
-
09h31
ANDRÉ CARAMANTE
da Folha de S.Paulo
O Ministério Público denunciou ontem à Justiça, e pediu a prisão preventiva, de quatro PMs da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), tida como a tropa de elite da polícia paulista, pelo seqüestro e morte do presidiário Jefferson Morgado Brito, 31, e do ex-detento José Feliz Ramalho, 44.
Os crimes atribuídos pelo promotor público Marcelo Alexandre de Oliveira aos PMs --o segundo-tenente Francisco Carlos Laroca Júnior, 25, e seus subordinados, o cabo Renato Aparecido Russo, 31, e os soldados Alexandre de Lima Costa e Marco Antônio Pinheiro, ambos de 36 anos-- ocorreram em 13 de maio, durante a primeira onda de ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), em Guarulhos (Grande São Paulo).
Os policiais foram afastados das ruas pelo Comando da PM. A denúncia contra eles é a primeira por causa das 92 mortes de civis cometidas por policiais em supostas "resistências seguidas de morte" durante os ataques. Entre os dias 12 e 19 de maio, além dessas 92 mortes, 47 agentes das forças de segurança foram mortos em ataques atribuídos ao PCC.
"Os crimes foram cometidos por motivo torpe, em ato típico de grupo de extermínio, uma vez que os policiais militares pretendiam se vingar de indivíduos com antecedentes criminais, em razão dos ataques do PCC contra as forças de segurança do Estado", afirmou o promotor.
Além dos quatro PMs da Rota, o promotor também ofereceu denúncia e pediu a prisão preventiva do empresário Rui Rodrigues da Silva, 42, que estava no seu Audi A4 supostamente roubado por Ramalho e Britto. Silva é amigo de dois PMs de Guarulhos e, segundo as investigações, teria ajudado os policiais da Rota na armação para tentar justificar os dois homicídios.
Ramalho, segundo a Corregedoria da PM, foi visto por um amigo quase duas horas antes do suposto tiroteio contra os PMs sendo colocado por um policial dentro do carro da corporação. A prisão dele ocorreu no centro de São Paulo, a mais de 45 quilômetros do local do tiroteio alegado pelos PMs.
A principal suspeita contra os PMs e o empresário é a de que Ramalho e Britto foram presos em locais diferentes em São Paulo e, mais tarde, levados para Guarulhos, onde o empresário Silva, a pedido de amigos PMs, teria se passado por vítima de um seqüestro relâmpago supostamente praticado pelas duas vítimas dos PMs.
Outro lado
Em todos os depoimentos que prestaram à Corregedoria da Polícia Militar e à Polícia Civil, os PMs Francisco Carlos Laroca Júnior, Renato Aparecido Russo, Alexandre de Lima Costa e Marco Antônio Pinheiro disseram que, antes de atirar em José Feliz Ramalho e Jefferson Morgado Britto, foram alvo dos disparos dos dois, depois de perseguirem o carro onde o empresário Rui Rodrigues da Silva estaria sendo mantido refém.
À Folha, no dia 23 de novembro, o empresário Silva disse que a versão dos quatro PMs da Rota sobre o crime é verdadeira. Ontem, a reportagem voltou a procurá-lo, mas ele não foi encontrado.
Desde o dia 25 de novembro, a Folha tenta autorização do Comando da Polícia Militar para entrevistar os PMs. Ontem, o pedido foi negado.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre suspeitas envolvendo policiais
PMs suspeitos de simular seqüestro são denunciados
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da Folha de S.Paulo
O Ministério Público denunciou ontem à Justiça, e pediu a prisão preventiva, de quatro PMs da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), tida como a tropa de elite da polícia paulista, pelo seqüestro e morte do presidiário Jefferson Morgado Brito, 31, e do ex-detento José Feliz Ramalho, 44.
Os crimes atribuídos pelo promotor público Marcelo Alexandre de Oliveira aos PMs --o segundo-tenente Francisco Carlos Laroca Júnior, 25, e seus subordinados, o cabo Renato Aparecido Russo, 31, e os soldados Alexandre de Lima Costa e Marco Antônio Pinheiro, ambos de 36 anos-- ocorreram em 13 de maio, durante a primeira onda de ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), em Guarulhos (Grande São Paulo).
Os policiais foram afastados das ruas pelo Comando da PM. A denúncia contra eles é a primeira por causa das 92 mortes de civis cometidas por policiais em supostas "resistências seguidas de morte" durante os ataques. Entre os dias 12 e 19 de maio, além dessas 92 mortes, 47 agentes das forças de segurança foram mortos em ataques atribuídos ao PCC.
"Os crimes foram cometidos por motivo torpe, em ato típico de grupo de extermínio, uma vez que os policiais militares pretendiam se vingar de indivíduos com antecedentes criminais, em razão dos ataques do PCC contra as forças de segurança do Estado", afirmou o promotor.
Além dos quatro PMs da Rota, o promotor também ofereceu denúncia e pediu a prisão preventiva do empresário Rui Rodrigues da Silva, 42, que estava no seu Audi A4 supostamente roubado por Ramalho e Britto. Silva é amigo de dois PMs de Guarulhos e, segundo as investigações, teria ajudado os policiais da Rota na armação para tentar justificar os dois homicídios.
Ramalho, segundo a Corregedoria da PM, foi visto por um amigo quase duas horas antes do suposto tiroteio contra os PMs sendo colocado por um policial dentro do carro da corporação. A prisão dele ocorreu no centro de São Paulo, a mais de 45 quilômetros do local do tiroteio alegado pelos PMs.
A principal suspeita contra os PMs e o empresário é a de que Ramalho e Britto foram presos em locais diferentes em São Paulo e, mais tarde, levados para Guarulhos, onde o empresário Silva, a pedido de amigos PMs, teria se passado por vítima de um seqüestro relâmpago supostamente praticado pelas duas vítimas dos PMs.
Outro lado
Em todos os depoimentos que prestaram à Corregedoria da Polícia Militar e à Polícia Civil, os PMs Francisco Carlos Laroca Júnior, Renato Aparecido Russo, Alexandre de Lima Costa e Marco Antônio Pinheiro disseram que, antes de atirar em José Feliz Ramalho e Jefferson Morgado Britto, foram alvo dos disparos dos dois, depois de perseguirem o carro onde o empresário Rui Rodrigues da Silva estaria sendo mantido refém.
À Folha, no dia 23 de novembro, o empresário Silva disse que a versão dos quatro PMs da Rota sobre o crime é verdadeira. Ontem, a reportagem voltou a procurá-lo, mas ele não foi encontrado.
Desde o dia 25 de novembro, a Folha tenta autorização do Comando da Polícia Militar para entrevistar os PMs. Ontem, o pedido foi negado.
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