Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
14/12/2006 - 10h27

PCC movimentou R$ 36 milhões em 1 ano

Publicidade

SHEILA D'AMORIM
da Folha de S.Paulo, em Brasília
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
da Folha de S.Paulo

Levantamento feito pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), com base em investigações da polícia e do Ministério Público de São Paulo, mostra que 260 pessoas ligadas ao PCC fizeram saques, depósitos e transferências bancárias no valor de R$ 36,618 milhões entre novembro de 2005 e o mês passado. Foram usadas 232 contas correntes, sendo que em 80% delas houve uma "movimentação pulverizada", abaixo de R$ 100 mil, para evitar a fiscalização.

Pela legislação brasileira, as instituições financeiras são obrigadas a comunicar ao Coaf qualquer saque ou depósito acima de R$ 100 mil, independentemente de qualquer suspeita.

Para o promotor de Justiça Arthur Lemos, do Gaeco (grupo de combate ao crime organizado), o volume de dinheiro movimentado pela facção pode ser ainda maior. "Há mais contas sendo investigadas. O objetivo principal é saber para onde foi o dinheiro e bloquear as contas", disse Lemos.

O Gaeco enviou ao DRCI (órgão do Ministério da Justiça de combate à lavagem de dinheiro) uma lista de contas para tentar descobrir se o PCC (Primeiro Comando da Capital), que também atua no Paraguai, remeteu dinheiro para o exterior.

Nesta semana, a Folha revelou que o PCC usou uma rede de postos de gasolina para lavar dinheiro, mas a lista de atividades lícitas para encobrir a origem criminosa dos recursos está crescendo, diz o promotor. Os inquéritos correm sob segredo de Justiça.

O levantamento do Coaf destaca ainda que esses saques, depósitos e transferências foram realizados, em sua maioria, no Estado de São Paulo --na capital e em cidades do interior.

Mas outros oito Estados também foram relacionados: Bahia, Rio, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rondônia, Mato Grosso e Pará. Neste último, três contas de pessoas físicas e jurídicas com um relacionamento em comum movimentaram R$ 10 milhões na mesma cidade.

A identificação das pessoas foi obtida com o cruzamento dos dados de um CD apreendido pela polícia --com 412 contas usadas pelo PCC-- com dados do Ministério Público, dos bancos e do Coaf.

Foram identificadas 1.485 pessoas, sendo que apenas 260 apresentaram movimentações suspeitas até agora. Há ainda 559 sendo investigadas.

Desde novembro de 2005, o Coaf produziu nove relatórios sobre essas contas. As maiores movimentações foram listadas nos documentos produzidos a partir de agosto deste ano. O relatório datado de 23 de agosto aponta uma movimentação de R$ 8,4 milhões e o de setembro, R$ 11,757 milhões. Antes, o montante identificado foi de, no máximo, R$ 1,3 milhão.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o PCC
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página