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21/12/2006 - 10h29

Campanha de Lins usou policiais, diz PF

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RAPHAEL GOMIDE
da Folha de S.Paulo, no Rio

Investigação da PF acusa o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Álvaro Lins de usar irregularmente carros oficiais, armas e agentes do Estado para sua segurança na campanha eleitoral. Policiais ligados a ele trabalharam em tempo integral na campanha sem se licenciarem, continuando a receber salário.

O Ministério Público Eleitoral usou esses dados para recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral, pedindo a cassação da diplomação de Lins como deputado estadual eleito, pelo PMDB, sob acusação de "abuso do poder político" pelo uso indevido da máquina policial.

"Álvaro Lins fez uso abusivo de veículo oficial e de armas, requisitados junto à administração para emprego na sua campanha pessoal", escreve o procurador regional eleitoral, Rogério Nascimento. Há gravações que indicam o uso de carro oficial para desmontar o comitê de Lins e conversas sobre policiais que estariam à sua disposição na eleição.

Um dos agentes que atuaram de forma ativa e irregular na disputa eleitoral é Fábio Menezes da Conceição, o Fabinho. Inspetor e coordenador da campanha, ele tem mandado de prisão decretado pela Justiça Federal, acusado de proteger contraventores de caça-níqueis. Está foragido. Outro é Mário Franklin Mustrange de Carvalho, o Marinho, inspetor e tesoureiro de campanha.

Álvaro Lins já era acusado pelo MPE de captação ilícita de sufrágio, por prometer, se eleito, contratar "excedentes" aprovados em concurso da Polícia Civil em troca de votos.

"As três coisas que mais prezo em minha vida são: minha família, meu nome e minha carteira profissional. Eu rasgo minha carteira se eu não colocar todos vocês na Civil", disse Lins em reunião no Rio gravada em vídeo. Uma cópia chegou ao MPE, que a usou na representação eleitoral. O TRE informou que negou a cassação do diploma por questão formal, sem análise do mérito.

Outro lado

A Folha telefonou ontem para o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Álvaro Lins, acusado pela PF de ser o chefe de um bando de policiais que atuam na proteção da máfia dos caça-níqueis, mas não obteve contato. Seu celular estava fora de área ou a chamada não era completada.

A reportagem conversou à tarde com o seu advogado, Sérgio Mazzillo, que informou só ter tido acesso à denúncia do Ministério Público Federal na terça-feira. Ele disse que está estudando o caso. Segundo Mazzillo, o delegado deve conceder entrevista coletiva hoje.

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