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22/12/2006 - 11h42

Bebê recebe fígado de menina morta após tratamento dentário

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do Agora

O fígado da menina Milena Cristina da Silva Santos, 3, que teve morte cerebral depois de passar por um tratamento dentário em São Bernardo do Campo (ABC), foi transplantado ontem para um menino paulistano de um ano e meio.

Ele foi internado na Santa Casa de São Paulo há cinco dias, com um quadro raro conhecido como "hepatite fulminante". O menino entrou na fila dos transplantes na noite de anteontem, depois que os médicos constataram que ele poderia morrer em dois dias, caso não recebesse um novo órgão. No início da noite de ontem, a cirurgia já demorava mais de dez horas na Santa Casa.

A menina Milena teve morte encefálica confirmada anteontem pelo HMU (Hospital Municipal Universitário de São Bernardo do Campo). No mesmo dia, seus pais autorizaram a doação dos órgãos. Uma equipe da Organização de Procura de Órgãos (OPO) --equipe credenciada pelo Ministério da Saúde para fazer captações para transplantes-- do Hospital São Paulo foi acionada para retirar os órgãos.

Com a respiração e batimentos cardíacos mantidos por aparelhos e remédios, Milena foi transferida para o Hospital São Paulo durante a madrugada de ontem. Os médicos da OPO retiraram o fígado, os rins e as córneas da criança. O coração e os pulmões não foram aproveitados porque não havia na fila dos transplantes pacientes com características semelhantes às dela, segundo a Secretaria Estadual da Saúde. O pâncreas da menina não foi usado porque somente pessoas com mais de dez anos podem ser doadores do órgão.

O médico Luiz Arnaldo Szultan, responsável pelo grupo especializado em fígado do hospital, disse que o menino que recebeu o órgão sofre de "um raro caso de evolução acelerada de hepatite A".

A intervenção cirúrgica começou por volta das 9h30 e ainda não havia sido concluída até as 20h de ontem, segundo a Santa Casa. A entidade diz que os pais do menino recusarem-se a dar entrevista e divulgar o nome do transplantado. Os rins e as córneas de Milena foram examinadas por especialistas durante a tarde de ontem. Até o começo da noite, seus receptores ainda não haviam sido indicados, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.

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