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24/12/2006
-
10h01
KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Manaus
Os índios caiapós que auxiliaram o resgate das vítimas do maior acidente aéreo da história do país não receberam honras por seu trabalho no meio da floresta amazônica. Apesar da falta de reconhecimento, ainda homenageiam os 154 mortos na colisão, em 29 de setembro, entre o jato Legacy e o Boeing 737-800 da Gol.
Em 18 de novembro, as lideranças caiapós voltaram ao local da queda do avião da Gol para uma cerimônia espiritual aos mortos. Com isso, encerraram um ciclo que mudou a visão daquele grupo indígena sobre a vida e a ajuda ao próximo.
"Nossa vida mudou muito depois disso. Agora queremos ajudar mais as pessoas, não importa se negro, branco ou índio. Depois de ver o que vimos, pensamos que o ser humano tem que ajudar um ao outro", afirmou Megaron Txucarramãe, líder caiapó que coordenou a ação de resgate.
O Boeing da Gol caiu na terra indígena caiapó Capoto-Jarinã, uma área vizinha da porção norte do Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. No dia seguinte ao acidente, os caiapós iniciaram, por iniciativa própria, uma missão de resgate. Ao todo, 17 caiapós, cinco jurunas e um caiabi passaram 17 dias na mata, sem comer ou dormir direito.
Tiveram apoio de outras sete pessoas, entre servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio) e um major do Corpo de Bombeiros. "Ficamos muito tristes pensando nos parentes das pessoas. A Aeronáutica tinha equipamentos, mas não conseguia chegar. Nós conseguimos chegar", disse Megaron.
O líder indígena disse que o retorno ao local do acidente repetiu um ritual caiapó para alegrar os espíritos dos mortos. "Quando morre um caiapó, o morto é homenageado com danças e músicas para que o espírito fique contente. O espírito do pessoal que caiu lá ficou perdido porque morreu de repente. Voltamos para fazer uma homenagem, como se fossem nossos parentes, para o espírito ir embora contente."
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Índios caiapós voltaram à floresta para homenagear mortos do acidente da Gol
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da Agência Folha, em Manaus
Os índios caiapós que auxiliaram o resgate das vítimas do maior acidente aéreo da história do país não receberam honras por seu trabalho no meio da floresta amazônica. Apesar da falta de reconhecimento, ainda homenageiam os 154 mortos na colisão, em 29 de setembro, entre o jato Legacy e o Boeing 737-800 da Gol.
Em 18 de novembro, as lideranças caiapós voltaram ao local da queda do avião da Gol para uma cerimônia espiritual aos mortos. Com isso, encerraram um ciclo que mudou a visão daquele grupo indígena sobre a vida e a ajuda ao próximo.
"Nossa vida mudou muito depois disso. Agora queremos ajudar mais as pessoas, não importa se negro, branco ou índio. Depois de ver o que vimos, pensamos que o ser humano tem que ajudar um ao outro", afirmou Megaron Txucarramãe, líder caiapó que coordenou a ação de resgate.
O Boeing da Gol caiu na terra indígena caiapó Capoto-Jarinã, uma área vizinha da porção norte do Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. No dia seguinte ao acidente, os caiapós iniciaram, por iniciativa própria, uma missão de resgate. Ao todo, 17 caiapós, cinco jurunas e um caiabi passaram 17 dias na mata, sem comer ou dormir direito.
Tiveram apoio de outras sete pessoas, entre servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio) e um major do Corpo de Bombeiros. "Ficamos muito tristes pensando nos parentes das pessoas. A Aeronáutica tinha equipamentos, mas não conseguia chegar. Nós conseguimos chegar", disse Megaron.
O líder indígena disse que o retorno ao local do acidente repetiu um ritual caiapó para alegrar os espíritos dos mortos. "Quando morre um caiapó, o morto é homenageado com danças e músicas para que o espírito fique contente. O espírito do pessoal que caiu lá ficou perdido porque morreu de repente. Voltamos para fazer uma homenagem, como se fossem nossos parentes, para o espírito ir embora contente."
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