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23/01/2007
-
10h18
TALITA FIGUEIREDO
da Folha de S.Paulo, no Rio
Vinte famílias que invadiram há seis meses um casarão tombado no largo do Boticário, na zona sul do Rio, negociam com uma produtora independente o aluguel do local para fazer tomadas para um filme. Eles dizem que irão receber R$ 1.600 por quatro horas de uso da casa. O pagamento foi acertado com os moradores em uma de suas assembléias semanais.
Os sem-teto afirmam não saber de cor qual o nome da produtora, nem o que será filmado. Mas dizem que até sexta serão procurados por integrantes da produtora para assinar o contrato das filmagens, que serão feitas no próximo dia 1º.
"Não importa o nome da produtora, o que os moradores querem é o contrato de uso do lugar, já que estão morando ali. São tomadas que vão se dar das 9h às 13h apenas. Não é aluguel. E o dinheiro será revertido para melhorias da própria casa", afirmou o advogado do grupo, André de Paula.
Ele afirmou que a proposta inicial feita pelos produtores não foi aceita e que o valor teve de ser negociado. "Ofereceram R$ 1.200, fizemos uma contraproposta de R$ 2.000 e depois acertamos por R$ 1.600."
O casarão, com três andares e 15 suítes, pertence a Sybil Bittencourt, 81, herdeira de Paulo Bittencourt, dono do jornal "'Correio da Manhã", que parou de circular em 1974.
Conhecido como mansão rosa, o casarão faz parte do bucólico largo do Boticário, conjunto de casas no Cosme Velho (zona sul) tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual. Nos fundos do terreno, há uma área de mata atlântica cortada pelo rio Carioca.
Sybil passou a infância ali e hoje mora em uma outra casa no largo. O advogado dela, Bruno Siciliano, foi pego de surpresa pela notícia do aluguel.
"Eles não têm o direito de fazer isso. Estão explorando o que é dos outros e daqui a pouco vão querer vender a casa. Vamos transmitir essa informação à juíza que está com o processo de reintegração de posse [da 44ª Vara Civil]", disse.
Nos anos 40, o casarão, que tem 1.100 metros quadrados, foi reformado por Lúcio Costa. Hoje, a casa está em péssimo estado de conservação. Há infiltrações, o teto de gesso está quebrado em diversos pontos e a escadaria de madeira tem a estrutura à mostra e os degraus quebrados.
O advogado dos sem-teto disse que o dinheiro é justamente para iniciar uma reforma. Ele espera decisão de uma ação de manutenção de posse, que corre na 9ª Vara Civil.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre movimento sem-teto
Sem-teto negociam aluguel de casarão para filmagem no Rio
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Vinte famílias que invadiram há seis meses um casarão tombado no largo do Boticário, na zona sul do Rio, negociam com uma produtora independente o aluguel do local para fazer tomadas para um filme. Eles dizem que irão receber R$ 1.600 por quatro horas de uso da casa. O pagamento foi acertado com os moradores em uma de suas assembléias semanais.
Os sem-teto afirmam não saber de cor qual o nome da produtora, nem o que será filmado. Mas dizem que até sexta serão procurados por integrantes da produtora para assinar o contrato das filmagens, que serão feitas no próximo dia 1º.
"Não importa o nome da produtora, o que os moradores querem é o contrato de uso do lugar, já que estão morando ali. São tomadas que vão se dar das 9h às 13h apenas. Não é aluguel. E o dinheiro será revertido para melhorias da própria casa", afirmou o advogado do grupo, André de Paula.
Ele afirmou que a proposta inicial feita pelos produtores não foi aceita e que o valor teve de ser negociado. "Ofereceram R$ 1.200, fizemos uma contraproposta de R$ 2.000 e depois acertamos por R$ 1.600."
O casarão, com três andares e 15 suítes, pertence a Sybil Bittencourt, 81, herdeira de Paulo Bittencourt, dono do jornal "'Correio da Manhã", que parou de circular em 1974.
Conhecido como mansão rosa, o casarão faz parte do bucólico largo do Boticário, conjunto de casas no Cosme Velho (zona sul) tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual. Nos fundos do terreno, há uma área de mata atlântica cortada pelo rio Carioca.
Sybil passou a infância ali e hoje mora em uma outra casa no largo. O advogado dela, Bruno Siciliano, foi pego de surpresa pela notícia do aluguel.
"Eles não têm o direito de fazer isso. Estão explorando o que é dos outros e daqui a pouco vão querer vender a casa. Vamos transmitir essa informação à juíza que está com o processo de reintegração de posse [da 44ª Vara Civil]", disse.
Nos anos 40, o casarão, que tem 1.100 metros quadrados, foi reformado por Lúcio Costa. Hoje, a casa está em péssimo estado de conservação. Há infiltrações, o teto de gesso está quebrado em diversos pontos e a escadaria de madeira tem a estrutura à mostra e os degraus quebrados.
O advogado dos sem-teto disse que o dinheiro é justamente para iniciar uma reforma. Ele espera decisão de uma ação de manutenção de posse, que corre na 9ª Vara Civil.
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