Publicidade
Publicidade
24/01/2007
-
10h44
AFRA BALAZINA
da Folha de S.Paulo
Um casarão que já abrigou presos políticos, o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto e até o mafioso italiano Tommaso Buscetta pode se tornar um museu de arquitetura no bairro de Higienópolis, em São Paulo.
O imóvel, localizado na esquina das ruas Piauí e Itacolomi, está sem uso desde que a Polícia Federal se mudou para a rua Hugo D'Ântola, na Lapa, em 2003. Ali funcionava o Dops (Departamento de Ordem Política e Social) e a Custódia da PF.
O Conpresp (conselho municipal do patrimônio histórico) abriu estudo de tombamento do prédio em 2004 e, agora, analisa se determinará sua proteção definitiva. "O casarão é importante por ser um remanescente da primeira ocupação de Higienópolis", afirma o presidente do conselho, José Eduardo Lefèvre.
Segundo ele, há a intenção de que o casarão se torne a sede de um museu de arquitetura. "A idéia é que esse espaço concentre plantas e maquetes de projetos. Mas o estudo está em fase embrionária", diz Lefèvre, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
A casa, pintada nas cores azul e branca e adornada internamente com vitrais, foi construída no início do século 20 e pertenceu à família do ex-presidente Rodrigues Alves.
Vigias que trabalham no local dizem que o prédio necessita de reforma --há problemas no piso interno, no telhado e, conseqüentemente, goteiras. Do lado de fora, são visíveis apenas algumas rachaduras e desgastes na pintura, principalmente na parte do alto do edifício.
Para a historiadora Maria Cecília Naclério Homem, autora de livro sobre Higienópolis e sobre as formas urbanas de morar da elite cafeeira, o casarão poderia também se tornar um "museu do palacete".
"O imóvel repete o tipo de planta que caracterizou os palacetes, com recuo das divisas do lote, construção em meio a jardim, gradis de ferro. Dentro, é dividido em três partes, a zona social na frente, nos fundos os serviços, com quintal e horta, e, em cima, a área de repouso", afirma a historiadora.
Ela sugere que o casarão seja mobiliado a rigor --com móveis coloniais e franceses (em estilo Luís 15 e Luís 16)-- para que as pessoas da cidade saibam como se vivia na época.
Apesar de o prédio pertencer ao INSS --que vendeu o casarão à Encol em 1990, mas o retomou em razão de dívidas-- é a PF que ainda mantém a vigilância do local, feita dia e noite por seguranças privados.
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não revela que destino pretende dar ao casarão e afirmou que pode vender o imóvel "no tempo que achar oportuno". Qualquer negociação, entretanto, terá de ser feita por licitação.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre patrimônio histórico
Casarão que sediou a PF em Higienópolis pode virar museu
Publicidade
da Folha de S.Paulo
Um casarão que já abrigou presos políticos, o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto e até o mafioso italiano Tommaso Buscetta pode se tornar um museu de arquitetura no bairro de Higienópolis, em São Paulo.
O imóvel, localizado na esquina das ruas Piauí e Itacolomi, está sem uso desde que a Polícia Federal se mudou para a rua Hugo D'Ântola, na Lapa, em 2003. Ali funcionava o Dops (Departamento de Ordem Política e Social) e a Custódia da PF.
O Conpresp (conselho municipal do patrimônio histórico) abriu estudo de tombamento do prédio em 2004 e, agora, analisa se determinará sua proteção definitiva. "O casarão é importante por ser um remanescente da primeira ocupação de Higienópolis", afirma o presidente do conselho, José Eduardo Lefèvre.
Segundo ele, há a intenção de que o casarão se torne a sede de um museu de arquitetura. "A idéia é que esse espaço concentre plantas e maquetes de projetos. Mas o estudo está em fase embrionária", diz Lefèvre, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
A casa, pintada nas cores azul e branca e adornada internamente com vitrais, foi construída no início do século 20 e pertenceu à família do ex-presidente Rodrigues Alves.
Vigias que trabalham no local dizem que o prédio necessita de reforma --há problemas no piso interno, no telhado e, conseqüentemente, goteiras. Do lado de fora, são visíveis apenas algumas rachaduras e desgastes na pintura, principalmente na parte do alto do edifício.
Para a historiadora Maria Cecília Naclério Homem, autora de livro sobre Higienópolis e sobre as formas urbanas de morar da elite cafeeira, o casarão poderia também se tornar um "museu do palacete".
"O imóvel repete o tipo de planta que caracterizou os palacetes, com recuo das divisas do lote, construção em meio a jardim, gradis de ferro. Dentro, é dividido em três partes, a zona social na frente, nos fundos os serviços, com quintal e horta, e, em cima, a área de repouso", afirma a historiadora.
Ela sugere que o casarão seja mobiliado a rigor --com móveis coloniais e franceses (em estilo Luís 15 e Luís 16)-- para que as pessoas da cidade saibam como se vivia na época.
Apesar de o prédio pertencer ao INSS --que vendeu o casarão à Encol em 1990, mas o retomou em razão de dívidas-- é a PF que ainda mantém a vigilância do local, feita dia e noite por seguranças privados.
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não revela que destino pretende dar ao casarão e afirmou que pode vender o imóvel "no tempo que achar oportuno". Qualquer negociação, entretanto, terá de ser feita por licitação.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice