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29/01/2007 - 10h48

Rio passa São Paulo em mortes de jovens

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ANTÔNIO GOIS
da Folha de S.Paulo, no Rio

No início desta década, São Paulo e Rio de Janeiro disputavam a liderança entre os Estados com a maior taxa de mortes violentas de jovens --que inclui desde homicídios até acidentes fatais de trânsito.

Em 2001, ela cabia aos paulistas, e os fluminenses ficavam em terceiro lugar, segundo o Registro Civil do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Quatro anos depois, a taxa de São Paulo caiu, mas a do Rio parou e levou o Estado ao topo do ranking, posição confirmada com casos como o dos sete jovens encontrados mortos num carro na quinta-feira passada.

São Paulo registrava, em 2001, 240 mortes violentas para cada 100 mil homens de 15 a 24 anos. Em 2005, foram 138 por 100 mil --redução de 43%. Ainda é mais do que a média brasileira, mas o Estado passou para a nona posição.

No Rio, a taxa oscilou, mas as 230 mortes violentas por 100 mil em 2005 são quase as mesmas de 2001 (228 por 100 mil).

Para o demógrafo Celso Simões, do IBGE, não houve mudanças demográficas ou econômicas que pudessem ter influenciado esse cenário.

Os paulistas, porém, foram mais atuantes no combate à violência, no recolhimento de armas e na redução da venda de crack, dizem especialistas consultados pela Folha.

São Paulo foi bem-sucedido no desarmamento, avalia Guaracy Mingardi, diretor científico do Ilanud (Instituto Latinoamericano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente). Mais de 150 mil armas foram devolvidas, cerca de um quarto das recolhidas no país.

Ele cita também a criação do Fórum Metropolitano de Segurança Pública. "Os municípios de São Paulo, em escala maior que os do Rio, atuaram mais na segurança pública. Algumas cidades dobraram o efetivo de guardas municipais. Muitas executaram ações sociais que ajudaram a diminuir a morte de jovens nas áreas violentas."

Sociedade mobilizada

"Não foi só questão de política pública. Houve movimento intenso da sociedade, principalmente em regiões como Jardim Ângela e Diadema", acrescenta Renato Lima, coordenador do núcleo de pesquisas do IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais).

Para Alba Zaluar, professora de antropologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, no Rio, os homicídios estão mais vinculados aos conflitos entre quadrilhas de traficantes e galeras de jovens.

Julio Jacobo Waiselfisz, autor do estudo "Mapa da Violência - Os Jovens do Brasil", afirma que, no Rio, as organizações criminosas estão mais bem estruturadas e que têm mais conivência com a polícia que em São Paulo.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o Ilanud
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