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29/01/2007 - 10h51

Para delegado, jovens mortos no Rio tinham elo com tráfico

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DIANA BRITO
Colaboração para a Folha de S.Paulo, no Rio

O delegado Aldari Vianna, que investiga o assassinato de sete jovens encontrados na semana passada em um carro em Del Castilho (zona norte do Rio), afirmou ontem ter uma prova testemunhal do envolvimento deles com o tráfico.

Ele se disse convencido de que os jovens eram criminosos e chamou de "fantasia" a versão de que tinham ido ao morro do Adeus jogar futebol.

Os familiares dos cinco jovens já identificados afirmam que eles não tinham ligação com o tráfico e que foram assassinados apenas por terem ido jogar bola no morro do Adeus, controlado pela facção TCP (Terceiro Comando Puro), e serem moradores da Vila do João (na zona norte), dominada pela facção rival ADA (Amigos dos Amigos).

De acordo com informações do delegado, a testemunha, cuja identidade foi mantida em sigilo, afirmou que os rapazes faziam parte da ADA na Vila do João e que participaram de uma invasão ao morro do Adeus na segunda-feira passada, expulsando o TCP.

"Dois dias depois, os criminosos do TCP recuperaram o Adeus, o que ocasionou a execução de sete dos 20 traficantes da ADA que estavam no local. Os outros fugiram", disse.

O relato de que os jovens seriam traficantes e que estariam desde segunda-feira no morro do Adeus contrasta não só com depoimentos de familiares, mas também com o de colegas de trabalho de um dos assassinados: Maurício da Costa de Andrade, 17. Funcionários do almoxarifado da Imprensa da Cidade, onde Andrade estagiava, contaram à Folha na sexta-feira que ele trabalhou normalmente até quarta-feira.

Fernando da Conceição, pai do mais jovem do grupo, Flaviano Felipe da Conceição, 14, também contesta a versão do delegado: "Meu filho podia até conhecer pessoas do tráfico, mas não tinha envolvimento," afirmou Conceição.

Ele diz desconfiar que um jovem com apelido de Cheiroso e que morava na Vila do João teria convidado os rapazes para o jogo no Adeus. "Foi uma armadilha. O Cheiroso sumiu no mesmo dia. Voltou contando uma história falsa e fugiu."

Flaviano estava havia três anos sem estudar e fazia malabarismo em sinais. Ano passado, ficou, segundo o pai, uma semana no Instituto Padre Severino (unidade de internação provisória) por ter jogado pedras em funcionários de um posto na Barra, zona oeste da cidade. "Ele se irritou, mas não foi nada", disse.

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