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30/01/2007 - 23h09

PF investiga falsificação de laudos no HC da USP Ribeirão

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LUÍS FERNANDO MANZOLI
da Folha Ribeirão

A Polícia Federal de Ribeirão Preto (314 km a norte de São Paulo) investiga um esquema de falsificação de atestados médicos no Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo) para a retirada ilegal do FGTS que envolve pelo menos 25 pessoas, entre elas, funcionários da instituição.

Uma pessoa chegou a ser presa, mas libertada por decisão judicial. A técnica em radiologia Rita de Cássia Cocenza Varrichio Barbosa, 40, foi detida em flagrante na quinta-feira (25) quando sacava cerca de R$ 8.000 do FGTS na agência da Caixa Econômica Federal da Vila Tibério.

A denúncia à polícia foi feita pela Superintendência Regional da CEF, que desconfiou do alto número de atestados com timbre do HC emitidos desde o início do ano e assinados pelos mesmos médicos. Dois deles não existem, segundo o delegado da PF Lindinalvo de Almeida Filho --o outro deixou o hospital em 2004 e nem mora mais em Ribeirão Preto.

Os atestados apontavam o mesmo problema --câncer-- nos beneficiários. A legislação garante a retirada do benefício para pessoas portadoras do HIV e tumores malignos.

"As assinaturas foram falsificadas grosseiramente", disse Almeida Filho. Quando tomou conhecimento da denúncia, o delegado pediu à CEF os nomes das pessoas que deram entrada nos pedidos e enviou dois agentes à agência do banco onde Rita de Cássia havia agendado o recebimento do FGTS.

Em depoimento à polícia, segundo a PF, ela citou a participação de seu cunhado, o auxiliar administrativo do hospital Antônio Marcos Segala, e do funcionário da farmácia da instituição Wendell Ferreira Passos. "Ele [Passos] era uma espécie de líder, era quem providenciava os formulários e as assinaturas. Ele ganharia 13% do valor do FGTS da Rita de Cássia, segundo ela mesma contou", afirmou o delegado da PF.

Segala e Passos estão foragidos desde quinta-feira, quando agentes da polícia foram até o HC para capturá-los. "Eles serão indiciados por estelionato, assim como 23 beneficiados pelos atestados falsos", disse Almeida Filho. Caso sejam condenados pela participação na fraude, cada um pode pegar de um a cinco anos de prisão.

De acordo com Almeida Filho, a polícia tenta identificar quem são as outras pessoas que retiraram o FGTS usando os laudos falsos. "Podem ser funcionários do hospital, parentes e amigos dos acusados ou até mesmo terceiros, o que indicaria um esquema de venda de atestados", disse o delegado.

O superintendente do HC, Milton Laprega, que ontem foi à PF prestar informações sobre o caso, disse que os três funcionários acusados foram afastados pela instituição. "Esperamos a investigação da polícia para fazermos isso com outros eventuais envolvidos", disse.

Rita de Cássia foi levada para a Cadeia Feminina de São Simão, mas conseguiu liberdade provisória e foi liberada na sexta-feira. A polícia não soube dizer quem era o seu advogado, e ela não foi localizada pela Folha no telefone indicado no inquérito policial. Os outros dois suspeitos estão foragidos e não têm advogados nomeados.

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