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06/02/2007 - 10h00

Rio investiga elo entre milícias formadas por policiais e facção criminosa ADA

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MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

O setor de inteligência da polícia do Rio investiga a existência de um acordo entre as milícias formadas por policiais e ex-policiais e a facção criminosa ADA (Amigo dos Amigos).

A suspeita se deve ao fato de os milicianos não atacarem favelas dominadas pela facção e invadirem somente redutos do CV (Comando Vermelho) e TCP (Terceiro Comando Puro), grupos rivais da ADA.

No último fim de semana, ao menos seis pessoas morreram e nove ficaram feridas em supostas retaliações de traficantes do CV que tentaram retomar o controle de duas favelas da zona norte que foram invadidas por milicianos.

Segundo o setor de inteligência, as milícias evitam atacar a ADA porque haveria policiais recebendo propinas de traficantes ligados à facção.

Parte desse esquema foi desarticulado em dezembro pela Polícia Federal, que prendeu 75 PMs suspeitos de receber dinheiro, além de vender armas e fardas para uma quadrilha ligada à ADA. Outros 400 suspeitos são investigados.

Existe, ainda, a suspeita de que as milícias recrutem integrantes da ADA para invadir favelas. Desde novembro, além da Cidade Alta e do Barbante, as milícias tomaram também as favelas do Kelson (Penha), Boggie-Woggie (Ilha do Governador) e Fernão Cardim (Todos os Santos), na zona norte.

6ª vítima

O motoboy Fábio Fernandes Rocha, 29, é a sexta vítima do confronto ocorrido anteontem entre traficantes e milicianos nas comunidades da Cidade Alta (Cordovil) e Barbante (Ilha do Governador).

O corpo dele, que era morador da Cidade Alta, foi achado carbonizado na noite de anteontem dentro de um Peugeot, em frente à estação ferroviária de Cordovil (zona norte) e foi reconhecido por parentes.

Outros dois corpos, um deles de um PM, foram achados na madrugada de ontem perto da Cidade Alta, mas a polícia não sabe ainda se têm relação com os embates do fim de semana.

O comandante-geral da PM, coronel Ubiratan Ângelo, afirma que investigará denúncias feitas por moradores da Cidade Alta de que as milícias contaram com o apoio da PM durante a invasão de sábado. Segundo eles, até um veículo blindado (o Caveirão) foi usado. "Se houver verificação da participação do nosso blindado em desvio de conduta, não tenha dúvida que será responsabilizado", diz.

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