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17/02/2007 - 10h51

Fantasiado, funk também põe seus blocos na rua

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SÉRGIO RANGEL
da Folha de S.Paulo, no Rio

Tradição nos dias de folia do subúrbio carioca, os bate-bolas deram um novo ritmo ao carnaval do Rio. As turmas de mascarados trocaram o samba pelo funk e saem hoje para desfilar.

Coloridos, barulhentos e sempre cobertos da cabeça aos pés, os integrantes dos grupos de bate-bolas gravam, inclusive, "batidões" para animar as suas festas, quase sempre realizadas nas ruas de bairros das zonas norte e oeste do Rio.

"O funk é mais embalado. O samba nunca deixará o Carnaval, mas o grito de guerra das turmas fica bem melhor com o ritmo e a batida do funk", disse o segurança Marcio Manga, 31, um dos líderes da Turma do Cobra, uma das mais famosas da cidade. Neste ano, o grupo sairá pelas ruas do Rio com cerca de 50 integrantes.

Em Marechal Hermes, reduto histórico dos grupos, quase todas as turmas já fizeram os seus hinos para o Carnaval 2007 em ritmo funk.

"O carnaval tem sempre que se reinventar. Esta é uma contribuição nossa para a festa", disse o pirotécnico Cláudio Marcio Ribeiro, 34, líder da Turma da Amizade.

As roupas pesam cerca de 7 quilos e são caras. A média é R$ 800 pela fantasia. "Quase tudo é feito de forma exclusiva e leva uma série de materiais especiais. Na verdade, fica uma sauna. Perco muito peso durante os dias de Carnaval, mas vale a pena", disse Sales, que montou uma espécie de barracão nos fundos da sua casa.

Os grupos tem um estrutura pequena, que lembra a dos antigos blocos. No barracão da Magia, cerca de 12 homens trabalhavam na tarde de quarta.

Os bate-bolas tentam melhorar a imagem. No início da década, brigas entre turmas rivais levaram confusão aos bailes populares nos bairros a algumas mortes. "Isso já acabou. Todos já se conhecem e mudamos até a roupa para tentar tirar esse estigma", disse Manga. A maioria das turmas opta por estampas infantis. Os personagens da Disney são os preferidos.

Mudança dos tempos

Uma das poucas a estudar as turmas de bate-bolas no mundo acadêmico, a mestranda Aline Gualda aprova a inclusão do funk pelos grupos.

"Alguns críticos dizem que isto deteriora a tradição, mas vejo isto com naturalidade. É mais uma sinal de mudança dos tempos. Por isto, eles estão aí até hoje", disse Aline, que deve concluir o seu trabalho sobre as turmas neste ano.

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