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24/02/2007
-
10h09
GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo
Estatísticas criminais apontam que Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo) vive um aumento recorde da violência. Em 2006, a cidade assumiu a liderança no Estado na proporção homicídios dolosos/população. É a primeira vez, pelo menos desde 1999, que um município rural ocupa o topo do ranking desse tipo de crime.
No ano passado, Ibiúna registrou 42,72 homicídios dolosos (com intenção) por 100 mil habitantes, o maior coeficiente entre os municípios paulistas, segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública.
Nos sete anos anteriores, a liderança foi ocupada por cidades da região metropolitana de São Paulo e uma vez por Sumaré, município urbano do interior paulista.
Oficialmente, 32 pessoas foram assassinadas em Ibiúna em 2006. A proporção é alta se compararmos o número de moradores: 74.895 pessoas. De acordo com a Fundação Seade, 67,5% dos habitantes moram na área rural.
Ibiúna ocupava o 27º lugar no ranking dos homicídios em 2000 quando o jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves matou sua ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide, em um haras da cidade.
Geografia
Para autoridades locais, o aumento de homicídios dolosos em Ibiúna é explicado principalmente pela geografia da cidade. A grande extensão territorial do município, com várias vias de acesso, e a proximidade com a região metropolitana de São Paulo são as justificativas mais apontadas para o crescimento da violência.
Em 2006, além de assassinatos com vários tiros disparados por homens encapuzados, com indícios de acerto de contas, ônibus foram incendiados durante a onda de ataques promovida pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Até um fuzil israelense foi apreendido.
Segundo o presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) de Ibiúna, Augusto Gonçalves de Carvalho, o problema da violência está restrito às regiões mais distantes do município. "Ibiúna não é isso. Eu nunca tive problema aqui", afirmou Carvalho.
Ele afirma que o Conseg reivindica há anos a instalação de bases comunitárias da polícia no interior do município e o aumento de investigadores --hoje, a cidade tem cinco. "Isso é um direito nosso", disse. Segundo ele, essas medidas amenizariam o problema da grande extensão territorial.
Segundo o presidente do Conseg, a aplicação da Lei Seca (que restringe a abertura de bares à noite), criada em 2005, não é fiscalizada adequadamente. A prefeitura afirma que a lei é cumprida.
O delegado titular de Ibiúna, Régis Campos Vieira, afirma que a criminalidade está restrita a áreas mais distantes, localizadas em bolsões de pobreza. "Gente de bem não está sendo vítima dos homicídios", disse.
Vieira afirmou que a extensão territorial, com grande número de vias de acesso, tem atraído criminosos da região metropolitana, em busca de refúgio em pequenas chácaras.
Segundo ele, cerca de 50% das vítimas e dos autores geralmente são de fora da cidade e têm envolvimento com o tráfico de drogas. Ele admite, no entanto, que faltam policiais civis. Mas, segundo o delegado, existe o plano de aumentar esse número a partir de um concurso que será aberto neste ano.
Segundo o delegado, o esclarecimento de homicídios é de 50% --principalmente de crimes cometidos por moradores. "Não é o ideal. Mas a vinda de criminosos de fora dificulta muito a investigação".
Para o Ministério Público, o percentual de esclarecimento de homicídios é menor. "Em 80% dos casos, não se sabe quem matou", afirmou o promotor Carlos Sérgio Rodrigues Horta Filho.
Segundo ele, as brigas de bar também estão entre as principais causas dos homicídios.
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Ibiúna lidera número de homicídios em São Paulo
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Estatísticas criminais apontam que Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo) vive um aumento recorde da violência. Em 2006, a cidade assumiu a liderança no Estado na proporção homicídios dolosos/população. É a primeira vez, pelo menos desde 1999, que um município rural ocupa o topo do ranking desse tipo de crime.
No ano passado, Ibiúna registrou 42,72 homicídios dolosos (com intenção) por 100 mil habitantes, o maior coeficiente entre os municípios paulistas, segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública.
Nos sete anos anteriores, a liderança foi ocupada por cidades da região metropolitana de São Paulo e uma vez por Sumaré, município urbano do interior paulista.
Oficialmente, 32 pessoas foram assassinadas em Ibiúna em 2006. A proporção é alta se compararmos o número de moradores: 74.895 pessoas. De acordo com a Fundação Seade, 67,5% dos habitantes moram na área rural.
Ibiúna ocupava o 27º lugar no ranking dos homicídios em 2000 quando o jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves matou sua ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide, em um haras da cidade.
Geografia
Para autoridades locais, o aumento de homicídios dolosos em Ibiúna é explicado principalmente pela geografia da cidade. A grande extensão territorial do município, com várias vias de acesso, e a proximidade com a região metropolitana de São Paulo são as justificativas mais apontadas para o crescimento da violência.
Em 2006, além de assassinatos com vários tiros disparados por homens encapuzados, com indícios de acerto de contas, ônibus foram incendiados durante a onda de ataques promovida pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Até um fuzil israelense foi apreendido.
Segundo o presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) de Ibiúna, Augusto Gonçalves de Carvalho, o problema da violência está restrito às regiões mais distantes do município. "Ibiúna não é isso. Eu nunca tive problema aqui", afirmou Carvalho.
Ele afirma que o Conseg reivindica há anos a instalação de bases comunitárias da polícia no interior do município e o aumento de investigadores --hoje, a cidade tem cinco. "Isso é um direito nosso", disse. Segundo ele, essas medidas amenizariam o problema da grande extensão territorial.
Segundo o presidente do Conseg, a aplicação da Lei Seca (que restringe a abertura de bares à noite), criada em 2005, não é fiscalizada adequadamente. A prefeitura afirma que a lei é cumprida.
O delegado titular de Ibiúna, Régis Campos Vieira, afirma que a criminalidade está restrita a áreas mais distantes, localizadas em bolsões de pobreza. "Gente de bem não está sendo vítima dos homicídios", disse.
Vieira afirmou que a extensão territorial, com grande número de vias de acesso, tem atraído criminosos da região metropolitana, em busca de refúgio em pequenas chácaras.
Segundo ele, cerca de 50% das vítimas e dos autores geralmente são de fora da cidade e têm envolvimento com o tráfico de drogas. Ele admite, no entanto, que faltam policiais civis. Mas, segundo o delegado, existe o plano de aumentar esse número a partir de um concurso que será aberto neste ano.
Segundo o delegado, o esclarecimento de homicídios é de 50% --principalmente de crimes cometidos por moradores. "Não é o ideal. Mas a vinda de criminosos de fora dificulta muito a investigação".
Para o Ministério Público, o percentual de esclarecimento de homicídios é menor. "Em 80% dos casos, não se sabe quem matou", afirmou o promotor Carlos Sérgio Rodrigues Horta Filho.
Segundo ele, as brigas de bar também estão entre as principais causas dos homicídios.
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