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05/04/2007
-
09h26
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O plano emergencial da Aeronáutica para o feriadão de Páscoa não contempla a possibilidade de uma nova paralisação geral e sim a rápida contenção de "focos de insurgência" e o uso de profissionais da Defesa Aérea como substitutos. Existe ordem para evitar atritos entre oficiais e sargentos no período e vetar uso de celulares e internet nos centros de controle, mas novos crimes serão punidos com prisão. Entre controladores, há apelos oficiais de "calma" durante a Páscoa. Após a reunião com o governo, o sargento Moisés Almeida disse à Folha que a categoria aceitou o recuo estratégico e "precisa confiar na palavra de ministro". A utilização de profissionais da Defesa Aérea foi criticada pela associação internacional de controladores.
A FAB não divulga o número de controladores da Defesa Aérea, mas no Cindacta-1, seriam 38 sargentos, dos quais 20 freqüentam a sala de controle civil desde o final de semana para "observar" os procedimentos. O "plano B", como é chamado, não incluiria um grande contingente de profissionais de prontidão para assumir o controle. A FAB avalia que, se houver problemas graves, ela não terá que se desdobrar para gerir o tráfego aéreo, e sim o contrário. Ou seja, em vez de os controladores ficarem sobrecarregados, seriam os aviões que teriam o fluxo reduzido.
Não há estimativa oficial, apenas a previsão de que essa hipótese irá significar uma forte redução de fluxo, ou seja, um grande espaçamento entre decolagens que reduz o número de aviões no ar que precisam ser monitoradas. Isso vale também para as hipóteses já ventiladas de baixas coletivas, faltas ao trabalho ou não-comparecimento a ordens de aquartelamento.
A médio prazo, a FAB avalia que pode acionar cerca de 250 controladores que passaram recentemente para a reserva. Eles seriam profissionais habilitados, mas precisariam de treinamento para adaptação. Segundo Jorge Botelho, presidente do sindicato civil da categoria, a convocação anterior para 60 vagas não trouxe resultados. "Não há controladores da reserva em condições de trabalhar (...) Eu não acredito que vão colocar pessoas despreparadas ou sem condições porque é um risco muito grande. É temerário", disse.
Por ora, os controladores estão sob forte pressão nos Cindactas. Líderes estão sendo monitorados e controladores considerados "líderes" ou "influentes" são vigiados e avisados por oficiais de possíveis investigações e punições. Um IPM (Inquérito Policial Militar) sobre a paralisação dos controladores de vôo na última sexta-feira vai investigar a conduta de pelo menos 13 profissionais do Cindacta-4, órgão responsável pela controle aéreo na região amazônica, com sede em Manaus.
A Aeronáutica vai acatar o pedido feito pelo Ministério Público Militar depois do feriado da Páscoa, segundo apurou a Folha.
Com RANIER BRAGON, da Folha de S.Paulo e KÁTIA BRASIL, da Agência Folha
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a crise no tráfego aéreo
"Plano B" da Aeronáutica prevê conter focos de insurgência
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O plano emergencial da Aeronáutica para o feriadão de Páscoa não contempla a possibilidade de uma nova paralisação geral e sim a rápida contenção de "focos de insurgência" e o uso de profissionais da Defesa Aérea como substitutos. Existe ordem para evitar atritos entre oficiais e sargentos no período e vetar uso de celulares e internet nos centros de controle, mas novos crimes serão punidos com prisão. Entre controladores, há apelos oficiais de "calma" durante a Páscoa. Após a reunião com o governo, o sargento Moisés Almeida disse à Folha que a categoria aceitou o recuo estratégico e "precisa confiar na palavra de ministro". A utilização de profissionais da Defesa Aérea foi criticada pela associação internacional de controladores.
A FAB não divulga o número de controladores da Defesa Aérea, mas no Cindacta-1, seriam 38 sargentos, dos quais 20 freqüentam a sala de controle civil desde o final de semana para "observar" os procedimentos. O "plano B", como é chamado, não incluiria um grande contingente de profissionais de prontidão para assumir o controle. A FAB avalia que, se houver problemas graves, ela não terá que se desdobrar para gerir o tráfego aéreo, e sim o contrário. Ou seja, em vez de os controladores ficarem sobrecarregados, seriam os aviões que teriam o fluxo reduzido.
Não há estimativa oficial, apenas a previsão de que essa hipótese irá significar uma forte redução de fluxo, ou seja, um grande espaçamento entre decolagens que reduz o número de aviões no ar que precisam ser monitoradas. Isso vale também para as hipóteses já ventiladas de baixas coletivas, faltas ao trabalho ou não-comparecimento a ordens de aquartelamento.
A médio prazo, a FAB avalia que pode acionar cerca de 250 controladores que passaram recentemente para a reserva. Eles seriam profissionais habilitados, mas precisariam de treinamento para adaptação. Segundo Jorge Botelho, presidente do sindicato civil da categoria, a convocação anterior para 60 vagas não trouxe resultados. "Não há controladores da reserva em condições de trabalhar (...) Eu não acredito que vão colocar pessoas despreparadas ou sem condições porque é um risco muito grande. É temerário", disse.
Por ora, os controladores estão sob forte pressão nos Cindactas. Líderes estão sendo monitorados e controladores considerados "líderes" ou "influentes" são vigiados e avisados por oficiais de possíveis investigações e punições. Um IPM (Inquérito Policial Militar) sobre a paralisação dos controladores de vôo na última sexta-feira vai investigar a conduta de pelo menos 13 profissionais do Cindacta-4, órgão responsável pela controle aéreo na região amazônica, com sede em Manaus.
A Aeronáutica vai acatar o pedido feito pelo Ministério Público Militar depois do feriado da Páscoa, segundo apurou a Folha.
Com RANIER BRAGON, da Folha de S.Paulo e KÁTIA BRASIL, da Agência Folha
Especial
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