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14/04/2007 - 09h56

Um mês após perder a filha, mulher tem irmão morto no Rio

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ÍTALO NOGUEIRA
Colaboração para a Folha, no Rio

Um mês depois da morte da menina Alana Ezequiel, 12, vítima de uma bala perdida no morro dos Macacos, o tio da menina, Hélio José da Silva, 25, foi morto ontem, também vítima da violência no Rio. O office-boy foi baleado na favela, a caminho de casa no começo da tarde de ontem, em mais um episódio da guerra do tráfico na cidade.

Traficantes do morro do São João tentavam invadir o morro dos Macacos, em Vila Isabel, zona norte da cidade, enquanto Hélio ia para o trabalho. Ele tinha acabado de visitar a mulher na maternidade onde ela teve um filho.

A polícia não sabe as circunstância em que Hélio foi baleado e investiga um possível assassinato por parte dos traficantes que invadiram a favela. Irmão de Edna Ezequiel, mãe de Alana, Hélio não tinha antecedentes criminais.

A família encontrou o corpo de Hélio dentro da favela e o carregou até a rua Visconde de Santa Isabel, via de acesso à comunidade, em frente à antiga sede da Delegacia de Repressão a Entorpecentes. Junto ao corpo, foi encontrada uma mochila com o uniforme de trabalho.

"Edna estava chegando na rua quando viu o corpo do irmão no chão", disse Ednéia Ezequiel, 32, uma das irmãs. Ela resumiu a segunda perda da família em pouco mais de um mês da seguinte forma: "É um terror. O Sérgio Cabral e o Lula têm que tomar uma providência". O corpo foi removido apenas às 19h30.

A estudante Alana Ezequiel morreu atingida por uma bala perdida durante operação da PM no começo do mês passado. A polícia investiga se a bala partiu dos traficantes ou da polícia. Durante a reconstituição do crime no morro dos Macacos, policiais e bandidos trocaram tiros novamente.

Alana estudava na escola Assis Chateaubriand. Queria ser advogada. Tinha instruções em caso de operação policial. "Falava para ela ficar em algum lugar, não subir. Quando ela subiu, o tiroteio tinha parado e depois começou", contou a mãe no enterro da filha.

Sem recursos para pagar o enterro de Alana, a família velou o corpo graças à doação da Santa Casa de Misericórdia.

A doméstica Edna Ezequiel, mãe de Alana, mora numa casa de alvenaria no Morro dos Macacos, com sala, quarto e banheiro. Perdeu a filha e agora o irmão.

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