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16/05/2007
-
10h41
AFRA BALAZINA
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
da Folha de S.Paulo
Parecia não ser possível, mas a qualidade da água do rio Tietê piorou ainda mais em 2006. Segundo a Cetesb (agência ambiental paulista), o rio apresentava situação praticamente estável nos últimos anos.
A conclusão foi apontada ontem pela Cetesb na apresentação dos relatórios de qualidade ambiental do Estado de São Paulo, que incluem a situação de praias, rios, águas subterrâneas e disposição do lixo.
Os motivos ainda estão sendo investigados, mas a variação das chuvas no período é citada como uma das causas por Eduardo Mazzolenis de Oliveira, gerente do departamento de Águas Superficiais da Cetesb.
No início e no final do ano, uma maior precipitação em relação às médias históricas pode ter levado maior carga de poluição para o rio --a água "lava" a rua e joga no Tietê, por exemplo, o lixo acumulado nas vias.
Já o período de estiagem, no meio do ano, foi mais rigoroso em 2006 que a média histórica e também pode ter prejudicado o rio --o menor volume de água dificulta a diluição do esgoto.
Num dos pontos monitorados, em Santana de Parnaíba (quando o rio sai de SP para o interior e está com a contribuição de esgoto do Tamanduateí, do Aricanduva e do Pinheiros), o oxigênio passou de 0,4 mg/l para 0 mg/l. Segundo Nelson Menegon Júnior, gerente de Águas Interiores da Cetesb, para que exista vida no rio é necessário 4 mg/l de oxigênio.
O nitrogênio amoniacal, subproduto do esgoto não tratado ou tratado parcialmente, ficou com média 15,81 mg/l nesse ponto (contra uma média histórica de 11,73 mg/l).
Segundo a Sabesp, para reduzir a poluição do rio Tietê "serão necessários investimentos contínuos e ininterruptos na expansão dos serviços de coleta e tratamento de esgotos" e, ainda, acompanhar o crescimento populacional na região metropolitana de São Paulo.
A empresa diz que foram investidos US$ 1,1 bilhão na primeira etapa do Projeto Tietê --realizado entre 1992 e 1998 com a meta de coletar e tratar o esgoto gerado na região metropolitana do Estado.
Atualmente, o programa está na segunda etapa, que se estende até o 1º semestre de 2008. Nessa fase estão sendo investidos US$ 400 milhões --metade desse total é financiada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Estão sendo construídos 36 quilômetros de interceptores, 1.200 quilômetros de redes coletoras e 290 mil ligações domiciliares.
Para o ambientalista Carlos Bocuhy, do Proam (Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental), para melhorar o Tietê ainda falta "uma política integrada de saneamento" --uma gestão intermunicipal.
Para ele, o aumento populacional na última década e a ampliação da atividade econômica na área aumentam a quantidade de esgoto sem tratamento jogado no local. Esses fatores, diz, aliados à ausência de tratamento dos efluentes em algumas cidades provocam o aumento da poluição do rio.
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Qualidade da água do rio Tietê piora ainda mais
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JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
da Folha de S.Paulo
Parecia não ser possível, mas a qualidade da água do rio Tietê piorou ainda mais em 2006. Segundo a Cetesb (agência ambiental paulista), o rio apresentava situação praticamente estável nos últimos anos.
A conclusão foi apontada ontem pela Cetesb na apresentação dos relatórios de qualidade ambiental do Estado de São Paulo, que incluem a situação de praias, rios, águas subterrâneas e disposição do lixo.
Os motivos ainda estão sendo investigados, mas a variação das chuvas no período é citada como uma das causas por Eduardo Mazzolenis de Oliveira, gerente do departamento de Águas Superficiais da Cetesb.
No início e no final do ano, uma maior precipitação em relação às médias históricas pode ter levado maior carga de poluição para o rio --a água "lava" a rua e joga no Tietê, por exemplo, o lixo acumulado nas vias.
Já o período de estiagem, no meio do ano, foi mais rigoroso em 2006 que a média histórica e também pode ter prejudicado o rio --o menor volume de água dificulta a diluição do esgoto.
Num dos pontos monitorados, em Santana de Parnaíba (quando o rio sai de SP para o interior e está com a contribuição de esgoto do Tamanduateí, do Aricanduva e do Pinheiros), o oxigênio passou de 0,4 mg/l para 0 mg/l. Segundo Nelson Menegon Júnior, gerente de Águas Interiores da Cetesb, para que exista vida no rio é necessário 4 mg/l de oxigênio.
O nitrogênio amoniacal, subproduto do esgoto não tratado ou tratado parcialmente, ficou com média 15,81 mg/l nesse ponto (contra uma média histórica de 11,73 mg/l).
Segundo a Sabesp, para reduzir a poluição do rio Tietê "serão necessários investimentos contínuos e ininterruptos na expansão dos serviços de coleta e tratamento de esgotos" e, ainda, acompanhar o crescimento populacional na região metropolitana de São Paulo.
A empresa diz que foram investidos US$ 1,1 bilhão na primeira etapa do Projeto Tietê --realizado entre 1992 e 1998 com a meta de coletar e tratar o esgoto gerado na região metropolitana do Estado.
Atualmente, o programa está na segunda etapa, que se estende até o 1º semestre de 2008. Nessa fase estão sendo investidos US$ 400 milhões --metade desse total é financiada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Estão sendo construídos 36 quilômetros de interceptores, 1.200 quilômetros de redes coletoras e 290 mil ligações domiciliares.
Para o ambientalista Carlos Bocuhy, do Proam (Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental), para melhorar o Tietê ainda falta "uma política integrada de saneamento" --uma gestão intermunicipal.
Para ele, o aumento populacional na última década e a ampliação da atividade econômica na área aumentam a quantidade de esgoto sem tratamento jogado no local. Esses fatores, diz, aliados à ausência de tratamento dos efluentes em algumas cidades provocam o aumento da poluição do rio.
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