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08/11/2000
-
20h07
HUMBERTO MEDINA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) decidiu suspender quatro clínicas de São Paulo que usavam material radioativo para fazer diagnóstico e tratamento de doenças.
A medida foi tomada devido a falhas no sistema de radioproteção (mecanismo que serve para proteger da radiação clientes, empregados e o ambiente).
Enquanto estão suspensas, as clínicas não podem usar material radioativo para fazer diagnóstico ou tratamento e ficam proibidas de importar os produtos. A importação é controlada e autorizada pela CNEN.
Entre as clínicas está o Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual de São Paulo. As outras três instituições são o Instituto de Endocrinologia e Doenças Metabólicas, no Jardim Paulista, a Devraigne/Diaferia Diagnóstico, no Cambuci, e a RNC Serviços Médicos, na Vila Olímpia.
A cada dois anos, a CNEN fiscaliza clínicas e laboratórios que usam radiofármacos para fazer diagnóstico ou fazem terapia com equipamentos que utilizam esses produtos. Radiofármacos são elementos radioativos _como iodo-131 ou tecnécio_ usados para tratar ou diagnosticar doenças.
Além das quatro clínicas suspensas, existem, em São Paulo, outras 107 autorizadas pela CNEN a usar material radioativo para diagnóstico ou tratamento de doenças. Essas passaram pela fiscalização.
Falta médico
De acordo com Ricardo Brito, gerente da coordenação de instalações radioativas da CNEN, o problema mais comum encontrado nas inspeções feitas pela comissão é a falta do médico nuclear _um profissional especializado em uso de material radioativo, que passa por um período de treinamento na CNEN.
Ainda segundo o gerente da CNEN, o risco de contaminação radioativa para os pacientes é o principal problema encontrado. "Os produtos têm meia-vida (duração da atividade radioativa) curta", afirmou.
"Mas pode não haver bom diagnóstico ou o paciente não ser tratado satisfatoriamente", disse o gerente da CNEN.
Além do risco de contaminação de pacientes e funcionários, existe a possibilidade de diagnóstico errado ou realização de tratamento ineficaz.
Há também riscos de contaminação para o ambiente, caso a clínica não espere o fim da atividade radioativa (meia-vida) para jogar o material no lixo.
As clínicas que fazem radioimunoensaio (usam material radioativo para análise de sangue em tubos de ensaio, por exemplo) não são fiscalizadas.
De acordo com Brito, esses estabelecimentos têm baixo risco de contaminação, mas poderiam ser fiscalizados se houvesse mais pessoal na CNEN.
Não existe o cargo de fiscal na CNEN, mas a comissão tem 230 funcionários habilitados a fazer o trabalho de fiscalização. No total, são aproximadamente 2.500 instalações onde há elementos radioativos.
Suspensas quatro clínicas de SP que usavam material radioativo
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
A CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) decidiu suspender quatro clínicas de São Paulo que usavam material radioativo para fazer diagnóstico e tratamento de doenças.
A medida foi tomada devido a falhas no sistema de radioproteção (mecanismo que serve para proteger da radiação clientes, empregados e o ambiente).
Enquanto estão suspensas, as clínicas não podem usar material radioativo para fazer diagnóstico ou tratamento e ficam proibidas de importar os produtos. A importação é controlada e autorizada pela CNEN.
Entre as clínicas está o Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual de São Paulo. As outras três instituições são o Instituto de Endocrinologia e Doenças Metabólicas, no Jardim Paulista, a Devraigne/Diaferia Diagnóstico, no Cambuci, e a RNC Serviços Médicos, na Vila Olímpia.
A cada dois anos, a CNEN fiscaliza clínicas e laboratórios que usam radiofármacos para fazer diagnóstico ou fazem terapia com equipamentos que utilizam esses produtos. Radiofármacos são elementos radioativos _como iodo-131 ou tecnécio_ usados para tratar ou diagnosticar doenças.
Além das quatro clínicas suspensas, existem, em São Paulo, outras 107 autorizadas pela CNEN a usar material radioativo para diagnóstico ou tratamento de doenças. Essas passaram pela fiscalização.
Falta médico
De acordo com Ricardo Brito, gerente da coordenação de instalações radioativas da CNEN, o problema mais comum encontrado nas inspeções feitas pela comissão é a falta do médico nuclear _um profissional especializado em uso de material radioativo, que passa por um período de treinamento na CNEN.
Ainda segundo o gerente da CNEN, o risco de contaminação radioativa para os pacientes é o principal problema encontrado. "Os produtos têm meia-vida (duração da atividade radioativa) curta", afirmou.
"Mas pode não haver bom diagnóstico ou o paciente não ser tratado satisfatoriamente", disse o gerente da CNEN.
Além do risco de contaminação de pacientes e funcionários, existe a possibilidade de diagnóstico errado ou realização de tratamento ineficaz.
Há também riscos de contaminação para o ambiente, caso a clínica não espere o fim da atividade radioativa (meia-vida) para jogar o material no lixo.
As clínicas que fazem radioimunoensaio (usam material radioativo para análise de sangue em tubos de ensaio, por exemplo) não são fiscalizadas.
De acordo com Brito, esses estabelecimentos têm baixo risco de contaminação, mas poderiam ser fiscalizados se houvesse mais pessoal na CNEN.
Não existe o cargo de fiscal na CNEN, mas a comissão tem 230 funcionários habilitados a fazer o trabalho de fiscalização. No total, são aproximadamente 2.500 instalações onde há elementos radioativos.
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