23/11/2000 - 18h41

Perito diz que sinalização estava funcionado em linha do trem

FABIANE LEITE
da Folha Online

O delegado Josias Teixeira de Souza, da delegacia de polícia de Barueri (27 km de São Paulo), disse que foi informado por um perito do IC (Instituto de Criminalística de São Paulo) de que a sinalização (luminosa e sonora) do local onde ocorreu hoje um acidente entre um ônibus e um trem estão funcionando corretamente.

Souza é delegado de plantão e está acompanhando as investigações sobre a colisão.

O acidente ocorreu por volta das 8h de hoje entre um ônibus da empresa Ipojuca e um trem da CPTM (Companhia de Trens Metropolitanos), na estação Antônio João, que fica no bairro de Aldeia Barueri. A colisão teria ocorrido quando o motorista do ônibus, Jaci Barbosa de Souza, 43, tentou atravessar a linha.

O inquérito policial que irá investigar as causas do acidente foi aberto hoje e será conduzido pelo delegado titular Marcelo do Prado. Os depoimentos das testemunhas devem começar amanhã.

Dos 23 passageiros do ônibus, 17 ficaram feridos. A analista de sistemas Janaina Andrea Viana Rodrigues, 25, morreu. O ônibus ia de Carapicuíba a uma unidade do Bradesco em Barueri, onde os passageiros trabalham.

Segundo informações da CPTM, o maquinista do trem, Carlos Lima da Silva, está internado em um hospital __cujo nome não foi divulgado__ em estado de choque.

Sinal

O vigilante da estação, Aparecido da Silva, afirmou _em uma conversa informal com o delegado de plantão_ ter sinalizado com a mão para que o ônibus parasse. Ele afirma que a sinalização (sonora e luminosa) estava funcionando na linha.

Ainda de acordo com Silva, o motorista do ônibus teria olhado para o lado contrário a ele antes de atravessar a linha.

O vigilante esteve na delegacia, mas não pode dar declarações por ordens da CPTM. Segundo o delegado, não há registros de acidentes desse tipo no local.

No boletim de ocorrência foi registrado homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e lesão corporal culposa.

De acordo com o delegado, os investigadores trabalham basicamente com três hipóteses: imperícia do motorista, falha na sinalização ou registro dos dois problemas ao mesmo tempo.

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