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28/11/2000
-
18h53
LARISSA SQUEFF
da Folha Online
O julgamento do coronel da reserva Ubiratan Guimarães, acusado de liderar a operação policial que culminou com a morte de 111 presos da Casa de Detenção do Carandiru, na zona norte de São Paulo, está marcado para começar nesta quarta-feira (29).
Guimarães, que é acusado de 111 homicídios dolosos (com intenção) e 5 tentativas de homicídio, será o primeiro dos 85 acusados a sentar no banco dos réus. No começo eram 120 réus, mas devido à demora do julgamento 35 processos prescreveram.
A ação, que aconteceu em 2 de outubro de 1992 e ficou conhecida como o massacre do Carandiru, deveria ser apenas a contenção de uma briga de detentos.
Naquele dia, há mais de oito anos, policiais militares invadiram o pavilhão 9 da Casa de Detenção para conter uma briga de presos. No final da operação, que estava sendo coordenada pelo coronel Ubiratan, 111 detentos foram mortos.
O juiz Nelson Xavier de Souza, do 2º Tribunal do Júri, do Complexo Criminal Ministro Mário Guimarães, na Barra Funda, zona oeste, deverá ficar ouvindo a leitura dos autos do processo de acusãção de Ubiratan e o depoimento das testemunhas por pelo menos dez dias.
Segundo o promotor Carlos Cardoso, assessor de Direitos Humanos da Procuradoria Geral de Justiça, somente a leitura dos autos do processo deve demorar pelo menos cinco dias. "Nesse período do julgamento, só se ouve a leitura dos autos. Ninguém fala ou debate", disse.
A partir de então, os jurados são ouvidos e só depois é que o advogado de defesa e os promotores começam o debate.
Segundo Cardoso, dois ou três promotores _dos sete que fazem parte do 2º Tribunal do Júri da Barra Funda_ deverão acompanhar o processo. Os nomes deles estão sendo mantidos em sigilo.
Na quarta-feira, jurados, testemunhas e partes envolvidas _no caso o coronel Ubiratan_ terão de estar no fórum a partir das 8h30. Se tudo estiver correto, o julgamento começará às 9h. A previsão do Ministério Público é que o julgamento se alongue até as 22h todos os dias.
Os sete jurados escolhidos deverão permancer nos alojamentos do fórum durante todo o processo. Inclusive aos finais de semana haverá audiência de julgamento.
O massacre do Carandiru teve repercussão internacional. A America's Watch e a Comissão Teotônio Vilela pediram a condenação do Estado de São Paulo pela violação dos Direitos Humanos dos presos.
Dos 111 mortos, 89 estavam sendo processados mas ainda não haviam sido condenados.
Apesar da repercussão do caso, após o massacre, o coronel Ubiratan Guimarães pediu aposentadoria e se candidatou a deputado estadual. O coronel se elegeu e ocupou uma cadeira na Assembléia Legislativa de São Paulo. Ele não conseguiu ser reeleito.
Clique aqui para ler mais notícias sobre o julgamento do Carandiru
Julgamento de comandante do massacre do Carandiru começa 4ª
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da Folha Online
O julgamento do coronel da reserva Ubiratan Guimarães, acusado de liderar a operação policial que culminou com a morte de 111 presos da Casa de Detenção do Carandiru, na zona norte de São Paulo, está marcado para começar nesta quarta-feira (29).
Guimarães, que é acusado de 111 homicídios dolosos (com intenção) e 5 tentativas de homicídio, será o primeiro dos 85 acusados a sentar no banco dos réus. No começo eram 120 réus, mas devido à demora do julgamento 35 processos prescreveram.
A ação, que aconteceu em 2 de outubro de 1992 e ficou conhecida como o massacre do Carandiru, deveria ser apenas a contenção de uma briga de detentos.
Naquele dia, há mais de oito anos, policiais militares invadiram o pavilhão 9 da Casa de Detenção para conter uma briga de presos. No final da operação, que estava sendo coordenada pelo coronel Ubiratan, 111 detentos foram mortos.
O juiz Nelson Xavier de Souza, do 2º Tribunal do Júri, do Complexo Criminal Ministro Mário Guimarães, na Barra Funda, zona oeste, deverá ficar ouvindo a leitura dos autos do processo de acusãção de Ubiratan e o depoimento das testemunhas por pelo menos dez dias.
Segundo o promotor Carlos Cardoso, assessor de Direitos Humanos da Procuradoria Geral de Justiça, somente a leitura dos autos do processo deve demorar pelo menos cinco dias. "Nesse período do julgamento, só se ouve a leitura dos autos. Ninguém fala ou debate", disse.
A partir de então, os jurados são ouvidos e só depois é que o advogado de defesa e os promotores começam o debate.
Segundo Cardoso, dois ou três promotores _dos sete que fazem parte do 2º Tribunal do Júri da Barra Funda_ deverão acompanhar o processo. Os nomes deles estão sendo mantidos em sigilo.
Na quarta-feira, jurados, testemunhas e partes envolvidas _no caso o coronel Ubiratan_ terão de estar no fórum a partir das 8h30. Se tudo estiver correto, o julgamento começará às 9h. A previsão do Ministério Público é que o julgamento se alongue até as 22h todos os dias.
Os sete jurados escolhidos deverão permancer nos alojamentos do fórum durante todo o processo. Inclusive aos finais de semana haverá audiência de julgamento.
O massacre do Carandiru teve repercussão internacional. A America's Watch e a Comissão Teotônio Vilela pediram a condenação do Estado de São Paulo pela violação dos Direitos Humanos dos presos.
Dos 111 mortos, 89 estavam sendo processados mas ainda não haviam sido condenados.
Apesar da repercussão do caso, após o massacre, o coronel Ubiratan Guimarães pediu aposentadoria e se candidatou a deputado estadual. O coronel se elegeu e ocupou uma cadeira na Assembléia Legislativa de São Paulo. Ele não conseguiu ser reeleito.
Clique aqui para ler mais notícias sobre o julgamento do Carandiru
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