30/11/2000 - 19h00

Recursos desviados de Maringá podem chegar a R$ 20 mi

da Agência Folha, em Curitiba

Auditores do Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR) estimam que pode chegar a R$ 20 milhões o volume de recursos públicos desviados da Prefeitura de Maringá.

De acordo com o presidente do órgão, Quielse Crisóstomo da Silva, a auditoria detectou indícios de que as formas de desvio iam de depósito direto de cheques do município na conta do ex-secretário de Finanças Luís Antônio Paolicchi a possíveis contratos firmados pela prefeitura com empresas locais, supostamente usados "com finalidade eleitoral".

Segundo Crisóstomo da Silva, a auditoria _que se baseia principalmente nas contas municipais dos últimos três anos_ estará concluída dentro de três semanas.

A auditoria foi solicitada pelo Ministério Público, que já havia comprovado o desvio de R$ 3,1 milhões dos cofres públicos de Maringá. O escândalo foi revelado pela Agência Folha em outubro.

Apontado como pivô do esquema de desvio de verbas, Paolicchi teve prisão preventiva decretada pela Justiça e está foragido. Ele está sendo processado por sonegação fiscal, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

O caso provocou o afastamento do prefeito de Maringá, Jairo Gianoto (sem partido, ex-PSDB), que está respondendo a ação sob acusação de improbidade administrativa.

Durante a investigação, o Ministério Público encontrou depósitos no valor de R$ 549 mil na conta particular do prefeito. A Agência Folha tentou ouvir Gianoto hoje sobre o caso, mas não conseguiu localizá-lo.

O Tribunal de Contas do Paraná determinou que os prefeitos que forem empossados no dia 1º de janeiro terão de apresentar, ao longo do mês, prestação de contas do município relativa ao período de setembro a dezembro deste ano.

A determinação faz parte de um pacote de medidas adotadas pelo TC para que os municípios se adaptem ao texto da Lei de Responsabilidade Fiscal.