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05/12/2000 - 04h01

Escolha de petista para a pasta da Saúde foi quase unânime

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AURELIANO BIANCARELLI, da Folha de S.Paulo

Para o novo secretário da Saúde da equipe de Marta Suplicy, a saúde não deve ser um projeto deste ou daquele partido, mas o cumprimento de uma determinação constitucional. Certamente por isso mesmo -dizem especialistas ouvidos pela Folha- a escolha de Eduardo Jorge só não foi unânime numa pequena ala de seu próprio partido.

Eduardo Jorge foi um dos deputados que redigiram o capítulo da Constituição que estabeleceu a saúde como um direito de todos e um dever do Estado. É autor de mais de 40 projetos aprovados ou em andamento no Congresso. E sempre foi ferrenho defensor da implantação do SUS, que estabelece a autonomia dos serviços de saúde nas várias esferas.

O descompasso com o partido veio a público em algumas situações. Uma delas, quatro anos atrás, quando defendeu a CPMF contra a posição de seu partido.

Oficialmente, os petistas dizem que as diferenças são apenas de "sintonia fina", o que, de qualquer modo, explicaria a demora em anunciar seu nome para uma das secretarias que mais urgência requeriam.

Um dos pontos de atrito está na defesa que faz do programa Saúde da Família. Alguns petistas vêem no projeto um ideário do Banco Mundial, focalizado nas populações pobres e desarticulado da rede de saúde. O programa Qualis, adotado pela Secretaria de Estado da Saúde, mostrou que essa preocupação não procede.

Nas outras frentes, o nome de Jorge goza de um raro consenso. Entre os que "intercederam" pela indicação de seu nome estão o ministro José Serra, da Saúde, e a equipe do secretário de Estado da Saúde, José da Silva Guedes. Vários de seus projetos evoluíram em parceria com deputados de outros partidos, inclusive o PFL.

Na última sexta-feira, o deputado -que ainda não tinha sido escolhido- participou de reunião em que representantes de várias áreas da saúde propunham idéias à nova administração. Entre os participantes estava a Abramge, associação que reúne as empresas de medicina de grupo.

O consenso, entre os especialistas e ele próprio, é que o secretário tem de cuidar da saúde de todos, daqueles que dependem do SUS e dos que se utilizam dos serviços de saúde suplementar.

A volta a uma secretaria que já ocupou na gestão de Luiza Erundina (1989 e 1990) é vista como o maior desafio desse baiano, cinquentão, pai de seis filhos e que, segundo os amigos, jamais foi visto alterando a voz.
 

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