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06/12/2000
-
18h07
MILENA BUOSI
da Folha Online
A maioria dos autores das chacinas ocorridas na Grande São Paulo está ligada ao setor de segurança. É o que aponta o relatório "Os Direitos Humanos no Brasil, 2000", divulgado hoje pela Centro de Justiça Global.
Os dados apontam que, dos casos esclarecidos, as profissões mais comuns entre os autores de chacinas são a de vigilante (25%), mecânico (12,5%) e policiais militares (7,5%).
Foram analisados 256 ocorrências, de 1998 a novembro deste ano, com um total de 886 pessoas mortas. Os números foram registrados pela Coordenadoria de Investigações de Homicídios Múltiplos do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
A média de mortos por chacina é de 3,3 pessoas e o índice de esclarecimento é de aproximadamente 50%. Os dados mostram que 100% dos autores são do sexo masculino e a maioria (72,5%) completou somente o 1º grau de escolaridade.
Os dados revelam ainda que 25% dos autores de chacinas têm entre 24 e 26 anos e 32,5%, de 27 a 32 anos.
O relatório também mostra que 35,1% dos mortos em chacinas têm entre 21 e 29 anos e 24,5%, entre 18 e 20 anos. Entre as vítimas, 76,4% haviam concluído o primeiro grau e 13,7% eram estudantes quando foram mortos.
Em todos os casos as vítimas foram mortas por armas de fogo. A maioria das chacinas (68%) ocorreu das 22h às 4h.
A Justiça Global aponta que as chacinas não são resultado de uma crescente organização do crime e sim da "impunidade e da ausência do Estado principalmente nas periferias dos municípios".
O relatório analisa os mecanismos internacionais de proteção aos direitos humanos, descreve casos submetidos à ONU (Organização das Nações Unidas) e à OEA (Organização dos Estados Americanos).
Mostra ainda casos de violência contra trabalhadores rurais, povos indígenas, violência policial, tortura e discriminação racial.
O documento será divulgado oficialmente, em forma de livro, no Fórum Social Mundial, que ocorrerá de 25 a 30 de janeiro em Porto Alegre.
Em seu prefácio, Frei Betto, escritor e membro do Conselho Consultivo do Centro de Justiça Global, aponta que o relatório "envergonha o Brasil".
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da Folha Online
A maioria dos autores das chacinas ocorridas na Grande São Paulo está ligada ao setor de segurança. É o que aponta o relatório "Os Direitos Humanos no Brasil, 2000", divulgado hoje pela Centro de Justiça Global.
Os dados apontam que, dos casos esclarecidos, as profissões mais comuns entre os autores de chacinas são a de vigilante (25%), mecânico (12,5%) e policiais militares (7,5%).
Foram analisados 256 ocorrências, de 1998 a novembro deste ano, com um total de 886 pessoas mortas. Os números foram registrados pela Coordenadoria de Investigações de Homicídios Múltiplos do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
A média de mortos por chacina é de 3,3 pessoas e o índice de esclarecimento é de aproximadamente 50%. Os dados mostram que 100% dos autores são do sexo masculino e a maioria (72,5%) completou somente o 1º grau de escolaridade.
Os dados revelam ainda que 25% dos autores de chacinas têm entre 24 e 26 anos e 32,5%, de 27 a 32 anos.
O relatório também mostra que 35,1% dos mortos em chacinas têm entre 21 e 29 anos e 24,5%, entre 18 e 20 anos. Entre as vítimas, 76,4% haviam concluído o primeiro grau e 13,7% eram estudantes quando foram mortos.
Em todos os casos as vítimas foram mortas por armas de fogo. A maioria das chacinas (68%) ocorreu das 22h às 4h.
A Justiça Global aponta que as chacinas não são resultado de uma crescente organização do crime e sim da "impunidade e da ausência do Estado principalmente nas periferias dos municípios".
O relatório analisa os mecanismos internacionais de proteção aos direitos humanos, descreve casos submetidos à ONU (Organização das Nações Unidas) e à OEA (Organização dos Estados Americanos).
Mostra ainda casos de violência contra trabalhadores rurais, povos indígenas, violência policial, tortura e discriminação racial.
O documento será divulgado oficialmente, em forma de livro, no Fórum Social Mundial, que ocorrerá de 25 a 30 de janeiro em Porto Alegre.
Em seu prefácio, Frei Betto, escritor e membro do Conselho Consultivo do Centro de Justiça Global, aponta que o relatório "envergonha o Brasil".
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