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13/12/2000
-
10h40
da Folha Online
A editora Abril terá de indenizar o ator Victor Fasano desde 1994. O ministro Aldir Passarinho Junior, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), definiu abril daquele ano como a data a partir da qual deverá ser corrigida monetariamente a indenização por danos morais que a empresa terá de pagar ao ator por ter publicado uma entrevista e 20 notas em uma revista, atacando a sua moral e imagem.
O ministro, integrante da Quarta Turma do STJ, foi convocado especialmente para decidir a questão, que se encontrava empatada na Terceira Turma.
Segundo os advogados do ator, as agressões morais contra sua imagem tiveram início em novembro de 1992 indo até a data da ação por danos morais e materiais, em junho de 1996. A campanha contra Fasano teria atingido o ápice em outubro de 1995, com a publicação de uma entrevista do ator nas páginas amarelas da revista.
A edição das respostas, além de trazer o título "Eu não sou gay", teria sido distorcida, para induzir os leitores a pensar que o ator odiaria homossexuais e seria simpatizante das idéias nazistas.
Victor Fasano recorreu ao STJ para mudar a correção dos valores a serem pagos pela Abril, estipulados pelas instâncias anteriores em mil salários mínimos, acrescidos de juros de 0,5% ao mês, corrigidos a partir da ação judicial.
Os advogados do ator alegam que a correção deve ser feita a partir da prática do evento danoso, ou seja, a primeira nota pejorativa, publicada em novembro de 1992. Os defensores também afirmam que o valor da indenização ainda não é suficiente para cobrir os danos sofridos pelo ator.
No STJ, a Terceira Turma manteve o valor indenizatório, mas a questão relacionada à data em que deveria contar a correção monetária estava empatada.
Ao proferir seu voto de desempate, o ministro Aldir Passarinho Junior entendeu que a lesão foi causada pelo conjunto da obra em razão de a ação se fundar em diversas notas e na entrevista e não apenas em uma matéria jornalística. No entanto, a seu ver, o valor estipulado se referiu ao todo, "esse patamar, de mil salários mínimos, jamais poderia ser apenas da primeira ou da última nota".
Por isso determinou que a correção monetária deveria contar, nem a partir da publicação da primeira nota, em novembro de 1992, nem da entrevista, em outubro de 1995, mas a partir de abril de 1994, por entender razoável que se fracione o valor, já que foram todas as publicações que causaram o dano.
Ator Victor Fasano ganha no STJ direito à indenização desde 1994
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A editora Abril terá de indenizar o ator Victor Fasano desde 1994. O ministro Aldir Passarinho Junior, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), definiu abril daquele ano como a data a partir da qual deverá ser corrigida monetariamente a indenização por danos morais que a empresa terá de pagar ao ator por ter publicado uma entrevista e 20 notas em uma revista, atacando a sua moral e imagem.
O ministro, integrante da Quarta Turma do STJ, foi convocado especialmente para decidir a questão, que se encontrava empatada na Terceira Turma.
Segundo os advogados do ator, as agressões morais contra sua imagem tiveram início em novembro de 1992 indo até a data da ação por danos morais e materiais, em junho de 1996. A campanha contra Fasano teria atingido o ápice em outubro de 1995, com a publicação de uma entrevista do ator nas páginas amarelas da revista.
A edição das respostas, além de trazer o título "Eu não sou gay", teria sido distorcida, para induzir os leitores a pensar que o ator odiaria homossexuais e seria simpatizante das idéias nazistas.
Victor Fasano recorreu ao STJ para mudar a correção dos valores a serem pagos pela Abril, estipulados pelas instâncias anteriores em mil salários mínimos, acrescidos de juros de 0,5% ao mês, corrigidos a partir da ação judicial.
Os advogados do ator alegam que a correção deve ser feita a partir da prática do evento danoso, ou seja, a primeira nota pejorativa, publicada em novembro de 1992. Os defensores também afirmam que o valor da indenização ainda não é suficiente para cobrir os danos sofridos pelo ator.
No STJ, a Terceira Turma manteve o valor indenizatório, mas a questão relacionada à data em que deveria contar a correção monetária estava empatada.
Ao proferir seu voto de desempate, o ministro Aldir Passarinho Junior entendeu que a lesão foi causada pelo conjunto da obra em razão de a ação se fundar em diversas notas e na entrevista e não apenas em uma matéria jornalística. No entanto, a seu ver, o valor estipulado se referiu ao todo, "esse patamar, de mil salários mínimos, jamais poderia ser apenas da primeira ou da última nota".
Por isso determinou que a correção monetária deveria contar, nem a partir da publicação da primeira nota, em novembro de 1992, nem da entrevista, em outubro de 1995, mas a partir de abril de 1994, por entender razoável que se fracione o valor, já que foram todas as publicações que causaram o dano.
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