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13/12/2000
-
19h30
MÁRIO MAGALHÃES
da Folha de S.Paulo
Nos últimos seis anos, o administrador de empresas mexicano José Luís Grajeda planejou uma viagem ao Rio, com ida compulsória ao Pão de Açúcar.
A assistente social francesa Marie Agnes Dussauld sonhava conhecer, do mirante localizado a 396 metros de altura, a vista da baía de Guanabara, da qual "os amigos falam tanto".
A vestibulanda paulista Evelyn Maíra Ferreira queria ver "o cartão postal da cidade, a mesma coisa que ver o papa, no Vaticano, numa viagem a Roma".
Os três passaram hoje, logo após o meio-dia, na av. Pasteur, 520, no bairro da Urca, zona sul carioca. O objetivo, pegar o bondinho para subir ao Pão de Açúcar, era o mesmo. A frustração foi igualmente comum: pelo 53º dia consecutivo, o bondinho esteve fechado para visitantes, só funcionando para testes e transporte de funcionários.
"Estou decepcionada, desiludida", disse a advogada Maria da Graça Gonçalves Ferreira, vinda de São Paulo para repetir o mesmo passeio feito há 20 anos.
Em português com sotaque de diversos Estados brasileiros, espanhol com acento uruguaio e mexicano, inglês dos EUA e da Inglaterra, francês e alemão, num intervalo de meia hora, turistas mostraram surpresa e irritação com os bondinhos parados.
Uns confessaram não saber da interrupção, outros disseram não imaginar que ela pudesse demorar tanto.
Os quatro bondinhos do Pão de Açúcar estão interditados desde o dia 21 de outubro, quando a ruptura de um cabo de tração deixou cerca de 60 passageiros presos, no fim do primeiro trajeto, que liga o solo ao morro da Urca.
A segunda parte da viagem, unindo o morro da Urca ao Pão de Açúcar, também foi interditada pela Rio Luz (Companhia Municipal de Energia e Iluminação).
A Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, empresa que desde 1912 explora os bondinhos, diz acreditar que a vistoria da Rio Luz talvez termine em três dias, que a autorização pública seja concedida, e os bondinhos voltem a operar.
A Rio Luz é mais cética. Diz ter chamado a empresa dos bondinhos em 27 de outubro e exigido uma série de testes de material, até hoje incompletos.
Ninguém sabe, a rigor, quando os bondinhos voltarão a funcionar. Depois que isso ocorrer, a Prefeitura espera receber da União a responsabilidade pela área e abrir nova licitação para explorar os serviços.
A Caminho Aéreo estima que 90 mil pessoas tenham deixado de visitar o Pão de Açúcar nesses 53 dias, num prejuízo de R$ 2,7 milhões, incluindo gastos com equipamentos.
Em 1999, houve 550 mil visitantes. O recorde é de 1986, 1,1 milhão. Até hoje, em 88 anos, 25 milhões pegaram o bondinho.
Segundo pesquisa da Riotur, no ano passado o Pão de Açúcar foi visitado por 66,9% dos turistas estrangeiros e 9,2% dos brasileiros que passaram pelo Rio, só perdendo para a praia (81,6% e 13,2%) e o Corcovado (68% e 9,6%).
Em meio à frustração dos turistas, há quem lucre _a Folha observou quatro taxistas transportando turistas para o Pão de Açúcar. Disseram não saber do fechamento. E acabaram alongando a corrida, levando os passageiros para outros passeios.
Bondinho fechado frustra desavisados no Rio
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da Folha de S.Paulo
Nos últimos seis anos, o administrador de empresas mexicano José Luís Grajeda planejou uma viagem ao Rio, com ida compulsória ao Pão de Açúcar.
A assistente social francesa Marie Agnes Dussauld sonhava conhecer, do mirante localizado a 396 metros de altura, a vista da baía de Guanabara, da qual "os amigos falam tanto".
A vestibulanda paulista Evelyn Maíra Ferreira queria ver "o cartão postal da cidade, a mesma coisa que ver o papa, no Vaticano, numa viagem a Roma".
Os três passaram hoje, logo após o meio-dia, na av. Pasteur, 520, no bairro da Urca, zona sul carioca. O objetivo, pegar o bondinho para subir ao Pão de Açúcar, era o mesmo. A frustração foi igualmente comum: pelo 53º dia consecutivo, o bondinho esteve fechado para visitantes, só funcionando para testes e transporte de funcionários.
"Estou decepcionada, desiludida", disse a advogada Maria da Graça Gonçalves Ferreira, vinda de São Paulo para repetir o mesmo passeio feito há 20 anos.
Em português com sotaque de diversos Estados brasileiros, espanhol com acento uruguaio e mexicano, inglês dos EUA e da Inglaterra, francês e alemão, num intervalo de meia hora, turistas mostraram surpresa e irritação com os bondinhos parados.
Uns confessaram não saber da interrupção, outros disseram não imaginar que ela pudesse demorar tanto.
Os quatro bondinhos do Pão de Açúcar estão interditados desde o dia 21 de outubro, quando a ruptura de um cabo de tração deixou cerca de 60 passageiros presos, no fim do primeiro trajeto, que liga o solo ao morro da Urca.
A segunda parte da viagem, unindo o morro da Urca ao Pão de Açúcar, também foi interditada pela Rio Luz (Companhia Municipal de Energia e Iluminação).
A Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, empresa que desde 1912 explora os bondinhos, diz acreditar que a vistoria da Rio Luz talvez termine em três dias, que a autorização pública seja concedida, e os bondinhos voltem a operar.
A Rio Luz é mais cética. Diz ter chamado a empresa dos bondinhos em 27 de outubro e exigido uma série de testes de material, até hoje incompletos.
Ninguém sabe, a rigor, quando os bondinhos voltarão a funcionar. Depois que isso ocorrer, a Prefeitura espera receber da União a responsabilidade pela área e abrir nova licitação para explorar os serviços.
A Caminho Aéreo estima que 90 mil pessoas tenham deixado de visitar o Pão de Açúcar nesses 53 dias, num prejuízo de R$ 2,7 milhões, incluindo gastos com equipamentos.
Em 1999, houve 550 mil visitantes. O recorde é de 1986, 1,1 milhão. Até hoje, em 88 anos, 25 milhões pegaram o bondinho.
Segundo pesquisa da Riotur, no ano passado o Pão de Açúcar foi visitado por 66,9% dos turistas estrangeiros e 9,2% dos brasileiros que passaram pelo Rio, só perdendo para a praia (81,6% e 13,2%) e o Corcovado (68% e 9,6%).
Em meio à frustração dos turistas, há quem lucre _a Folha observou quatro taxistas transportando turistas para o Pão de Açúcar. Disseram não saber do fechamento. E acabaram alongando a corrida, levando os passageiros para outros passeios.
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