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17/12/2000 - 11h19

Pitta fecha o Municipal para festa de despedida

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CHICO DE GOIS
da Folha de S.Paulo

Nas palavras do prefeito Celso Pitta, "foi uma noite inesquecível". Com o objetivo de marcar com um grand finale sua estada na prefeitura, o prefeito fechou o Teatro Municipal na noite de sexta-feira para agradecer a participação de secretários, diretores de autarquias, funcionários do gabinete e dizer que voltará.

"Não direi adeus e sim um até breve", escreve Pitta no convite-programa distribuído às cerca de 300 pessoas que foram cumprimentá-lo por sua administração.

A festa teve direito à apresentação da orquestra sinfônica municipal, com regência do maestro Tullio Colacioppo, árias de óperas cantadas pelos seis tenores do Brasil (Ludo Farago, Sergio Weintraub, José Silveira, Rubens Medina, Luciano Veruzi e Marcello Vannucci) e exibição do Coral Lírico. No intervalo, um coquetel com vinho, uísque e canapés.

A festa foi organizada pela secretária particular do prefeito, Marlene Beteghelli. Vestida numa calça e tailler vermelhos, ela se destacava entre as mulheres de secretários e funcionários em geral. No final do evento, Pitta fez questão de lhe agradecer publicamente a homenagem no Municipal.

No convite, o prefeito utiliza uma frase atribuída ao físico Albert Einstein para demonstrar que foi vítima de preconceito. "Época triste é a nossa em que é mais difícil quebrar um preconceito do que um átomo."
Pitta afirma no convite que "por mais cruéis que tenham sido as armações, que se aproveitaram até de crises emocionais para destruir reputações e famílias, as covardes articulações e traições para tomar o poder de assalto ou para fugir da opinião pública, nunca nos movemos pelo ódio ou desejo de vingança".

O prefeito também diz que buscou inspiração no ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que "perseverou e venceu".

Depois da apresentação da orquestra e dos comes e bebes, coube ao secretário dos Negócios Jurídicos, Edvaldo Brito, representar seus colegas nos elogios ao prefeito. Brito, um dos conselheiros mais próximos ao prefeito, em primeiro lugar agradeceu à mãe de Pitta, dona Zuleika Pitta do Nascimento, por "ceder seu filho para que o trouxéssemos a um vale de lágrimas".

"Nós nos sentimos honrados de ter pertencido a este governo, chefiado por um homem honesto e honrado", disse Brito. O secretário afirmou que os secretários, aos quais classificou de amigos do prefeito, não o deixarão.
Depois do discurso de Brito, que alternou momentos de êxtase com outros de citações poéticas, estava programada a exibição de um vídeo sobre as realizações de Pitta à frente da prefeitura.

Mas as imagens não apareceram. O pouco que se ouviu foi o início do discurso de Pitta quando de sua posse, em 1º de janeiro de 1997. "Podem ter certeza de que não vou decepcioná-los", dizia o prefeito. Segundo o Datafolha em pesquisa publicada em novembro, 83% dos paulistanos reprovam sua administração.

Novo intervalo, para ver se o vídeo funcionava, mas nada ocorreu. O jeito foi dar sequência ao evento sem que os convidados pudessem ver as obras do prefeito. O próximo ato da noite foi o pedido para que secretários, presidentes de autarquias e empresas municipais subissem ao palco _cinco integrantes do secretariado não compareceram.

Ao ser anunciado, Pitta surgiu do fundo do palco, como um astro que vem à cena para uma grande interpretação. Falou pouco. Elogiou sua equipe _"movida pelo interesse público" _, elogiou os administradores regionais _"que carregaram o piano no atendimento direto à população" _e também agradeceu o apoio da classe política _estiveram lá os vereadores Faria Lima (PMDB), Myryam Athiê (PMDB), relatora do Orçamento de 2001, e Archibaldo Zancra (PL).

Pitta disse que deseja o progresso da cidade e adiantou que não pretende deixar a cena política tão logo. No convite, afirma que será candidato a deputado federal em 2002 e até antecipa qual será sua plataforma política: "continuar defendendo a São Paulo que acolhe gente de todos os lugares, mas não é retribuída à altura pelo governo de seu país".

Apesar de ser o centro das atenções e da homenagem, quem roubou a cena no final foi Chiquinho Scarpa. Com seu Rolls Royce estacionado à frente do Teatro Municipal, Chiquinho deixou o local em grande estilo, seguido por três carros de segurança. Algumas pessoas nem perceberam quando o prefeito deixou o local. Para quem não viu que a festa havia acabado, Pitta diz um "até breve".
 

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