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20/12/2000 - 16h32

Tribunal absolve maníaco do parque de acusação de extorsão

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FABIANE LEITE
da Folha Online

O Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, em decisão unânime da 4ª Câmara do órgão, absolveu ontem Francisco de Assis Pereira, conhecido como o maníaco do parque, de acusação de prática de extorsão contra a família da balconista Selma Ferreira Queiroz, morta aos 18 anos, uma das vítimas do ex-motoboy.

Apesar da decisão do tribunal prever a libertação do maníaco, Pereira continuará preso, já que foi condenado a 121 anos de prisão no ano passado por atacar nove mulheres _ todas sobreviveram _e responde a outros processos, em que está com prisão preventiva decretada _ o que significa que ele fica detido até o julgamento.

O maníaco tinha sido condenado em primeira instância a 6 anos e oito meses de prisão no ano passado pelo juiz Marcos Roberto de Souza Bernicchi, da 2ª Vara Criminal de Cotia, na Grande São Paulo, onde morava a família de Selma, por causa da acusação de extorsão. Foi a primeira condenação de Pereira.

Sua advogada, Maria Elisa Munhol, recorreu ao tribunal e obteve ontem a absolvição.

Pereira é acusado ainda de sete assassinatos, ainda não julgados. O primeiro julgamento, da morte de Selma, ocorre em março. O ex-motoboy ficou conhecido como o maníaco do parque porque atraia as mulheres que atacou para o Parque do Estado, na região sudeste de São Paulo.

Ontem, Pereira foi transferido da Casa de Custódia de Taubaté, a 134 km de São Paulo, para a o CDP (Centro de Detenção Provisória) 2, no Belém, zona leste da capital.

A advogada do maníaco havia requerido ao Tribunal de Alçada Criminal que o processo de extorsão fosse anexado ao processo sobre o homicídio de Selma que corre no 1º Tribunal do Júri, em São Paulo. O pedido, no entanto, foi negado.

Maria Elisa alegava que o caso de extorsão está conectado ao homicídio de Selma e deveria ser avaliado pelo Tribunal do Júri. Ela não deve recorrer desta decisão.

Extorsão

Selma desapareceu no dia 3 de julho de 98, depois de ir assistir a um jogo da Copa do Mundo na avenida Paulista, onde teria encontrado Pereira. No dia seguinte, o corpo da balconista foi achado no Parque do Estado.

Pouco antes de Selma ser encontrada, a família da balconista teria recebido telefonema de um homem exigindo o pagamento de R$ 1.000 para libertá-la.

Uma das irmãs de Selma, Sara, reconheceu a voz de Pereira quando ouviu uma fita cassete com a voz do maníaco na polícia.

A advogada, ao pedir a absolvição, diz que Sara só reconheceu a voz após ouvir a fita várias vezes. Ela aponta ainda que na investigação policial não foi possível definir que Pereira teria sido o autor do telefonema.

Outras irmãs de Selma teriam apontado que um vizinho da família, Gevaldo, poderia ser o autor das ameaças. Gevaldo morava muito perto do orelhão de onde foram feitos os telefonemas, segundo Maria Elisa.

"Ele (Pereira) tem que responder exatamente pelo o que ele fez, nenhum milímetro a mais", afirmou a advogada. "É menos um processo", disse, comemorando a decisão do tribunal.

O Ministério Público do Estado de São Paulo ainda pode recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e eventualmente ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a decisão do tribunal.
 

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