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01/01/2001
-
18h19
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre
O prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro (PT) disse, em seu discurso de posse, que se esforçará para dar um "exemplo mundial de como enfrentar com dignidade os efeitos devastadores do neoliberalismo".
A "luta contra a pobreza absoluta" foi apresentada por ele como uma das três principais prioridades da nova administração _a quarta consecutiva do PT na capital gaúcha_, junto com o fortalecimento da participação popular e o investimento em tecnologia.
Tarso, 53, que assumiu o Executivo da cidade pela segunda vez (ele exerceu o cargo no período 1993/96), prometeu adotar políticas de assistência social "não paternalistas" na luta contra a "hegemonia econômica e cultural do neoliberalismo em crise".
A posse de Tarso, assistida por cerca de 400 pessoas na Câmara Municipal, contou com a presença do governador petista Olívio Dutra. Houve vaias das galerias ao vereador Nereu D'Ávila (PDT), que criticou o ex-prefeito Raul Pont e o PT.
"Arreganhos não me assustam. O respeito tem que ser de parte a parte. Eu respeito o contraditório porque é ele que dá força à democracia. Esse tipo de manifestação (as vaias) não soma nada", disse D'Ávila, durante seu pronunciamento.
Pont, em entrevista, classificou o comportamento do pedetista de "leviano", dizendo que ele não indicou nenhum fato que justificasse as críticas.
"Talvez seja a forma de esconder a autocrítica de não ter cumprido uma agenda importantíssima de matérias que não foram apreciadas, como a questão da previdência municipal. Esse vereador e outros fizeram de tudo para não votar", declarou Pont.
Tarso, que nasceu em São Borja (RS) e começou sua vida política como vereador em Santa Maria (RS), disse lembrar-se de uma época em que os "poucos mendigos tinham nome conhecido e endereço certo, uma época em que havia desigualdade, mas ela não era brutal e tão violenta como hoje".
"Os cínicos _acrescentou o prefeito_ dizem que isso é natural, pois alguns seres humanos não se adaptam ao mercado." Na opinião de Tarso, essa afirmação é a "mais completa, radical e intransigente inversão de todos os princípios religiosos dignos desse nome, de todas as teorias democráticas dignas desse nome, de todos os princípios filosóficos humanistas dignos desse nome".
Tarso afirmou que "não é a coisa _o mercado_ que deve se adaptar ao ser humano, mas o ser humano que deve subordinar-se a ele, segundo essa visão trágica das conquistas da modernidade".
"Lutemos para que nossa cidade inverta essa inversão do senso comum mais desumano já construído dentro de um espaço democrático. Lutemos juntos para que o ser humano valha mais do que as leis de mercado podem lhe conferir", declarou o prefeito, que promete cumprir seu mandato até o final, descartando concorrer ao governo do Estado ou à Presidência da República _seu nome é cotado dentro do PT para o Palácio do Planalto.
Tarso Genro, que tem como vice João Verle (PT), chegou ao seu segundo mandato vencendo, no segundo turno, o candidato do PDT, Alceu Collares. O petista fez 491.775 (63,51%), contra 282.575 (36,49%) do pedetista.
Tarso quer fazer de Porto Alegre exemplo de antineoliberalismo
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da Agência Folha, em Porto Alegre
O prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro (PT) disse, em seu discurso de posse, que se esforçará para dar um "exemplo mundial de como enfrentar com dignidade os efeitos devastadores do neoliberalismo".
A "luta contra a pobreza absoluta" foi apresentada por ele como uma das três principais prioridades da nova administração _a quarta consecutiva do PT na capital gaúcha_, junto com o fortalecimento da participação popular e o investimento em tecnologia.
Tarso, 53, que assumiu o Executivo da cidade pela segunda vez (ele exerceu o cargo no período 1993/96), prometeu adotar políticas de assistência social "não paternalistas" na luta contra a "hegemonia econômica e cultural do neoliberalismo em crise".
A posse de Tarso, assistida por cerca de 400 pessoas na Câmara Municipal, contou com a presença do governador petista Olívio Dutra. Houve vaias das galerias ao vereador Nereu D'Ávila (PDT), que criticou o ex-prefeito Raul Pont e o PT.
"Arreganhos não me assustam. O respeito tem que ser de parte a parte. Eu respeito o contraditório porque é ele que dá força à democracia. Esse tipo de manifestação (as vaias) não soma nada", disse D'Ávila, durante seu pronunciamento.
Pont, em entrevista, classificou o comportamento do pedetista de "leviano", dizendo que ele não indicou nenhum fato que justificasse as críticas.
"Talvez seja a forma de esconder a autocrítica de não ter cumprido uma agenda importantíssima de matérias que não foram apreciadas, como a questão da previdência municipal. Esse vereador e outros fizeram de tudo para não votar", declarou Pont.
Tarso, que nasceu em São Borja (RS) e começou sua vida política como vereador em Santa Maria (RS), disse lembrar-se de uma época em que os "poucos mendigos tinham nome conhecido e endereço certo, uma época em que havia desigualdade, mas ela não era brutal e tão violenta como hoje".
"Os cínicos _acrescentou o prefeito_ dizem que isso é natural, pois alguns seres humanos não se adaptam ao mercado." Na opinião de Tarso, essa afirmação é a "mais completa, radical e intransigente inversão de todos os princípios religiosos dignos desse nome, de todas as teorias democráticas dignas desse nome, de todos os princípios filosóficos humanistas dignos desse nome".
Tarso afirmou que "não é a coisa _o mercado_ que deve se adaptar ao ser humano, mas o ser humano que deve subordinar-se a ele, segundo essa visão trágica das conquistas da modernidade".
"Lutemos para que nossa cidade inverta essa inversão do senso comum mais desumano já construído dentro de um espaço democrático. Lutemos juntos para que o ser humano valha mais do que as leis de mercado podem lhe conferir", declarou o prefeito, que promete cumprir seu mandato até o final, descartando concorrer ao governo do Estado ou à Presidência da República _seu nome é cotado dentro do PT para o Palácio do Planalto.
Tarso Genro, que tem como vice João Verle (PT), chegou ao seu segundo mandato vencendo, no segundo turno, o candidato do PDT, Alceu Collares. O petista fez 491.775 (63,51%), contra 282.575 (36,49%) do pedetista.
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