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07/01/2001 - 09h29

Máfia da propina persiste, dizem camelôs de SP

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ROBERTO COSSO
da Folha de S.Paulo

A troca da chefia do Executivo municipal de São Paulo não foi suficiente para inibir a cobrança de propina feita por fiscais das Administrações Regionais a vendedores ambulantes, conforme denúncias dos próprios camelôs.

A prefeita Marta Suplicy (PT) assumiu o cargo na última segunda-feira com um discurso de combate à corrupção. Mas isso não amedrontou os fiscais corruptos, que protagonizaram escândalos na gestão Celso Pitta.

O secretário Arlindo Chinaglia (Implementação das Subprefeituras) disse que os camelôs devem apresentar denúncias formais sobre a extorsão praticadas pelos fiscais. Segundo ele, a prefeitura vai criar mecanismos de combate à corrupção.

Sob o compromisso de não terem seus nomes revelados, por temerem represálias da fiscalização, três vendedores ambulantes disseram à Folha que a corrupção entre os fiscais continua.

De acordo com um camelô que atua na Lapa (zona noroeste), os fiscais da regional foram designados, nesta semana, para desempenhar outras atividades, como a poda de árvores.

Ele conta, porém, que mesmo não tendo lotação formal no setor de fiscalização, os fiscais seguem exigindo propina dos camelôs.
O ambulante da região central disse que os fiscais da Sé teriam avisado que coletariam a propina no fim-de-semana, no Brás.

Outro camelô, do Parque do Carmo (zona leste), diz que a corrupção permanece inalterada em relação aos ambulantes do local.

Segundo ele, o fato de Marta Suplicy ainda não ter nomeado o novo regional de Itaquera contribui para a continuidade de corrupção entre fiscais e camelôs.

Todos os ambulantes da cidade são clandestinos e, em tese, podem ter suas barracas e mercadorias apreendidas pela fiscalização.
Mas eles cobram entre R$ 5 e R$ 50 por semana para deixarem de exercer suas funções. Quem não paga perde a mercadoria.

Em 1999, Polícia Civil, Ministério Público do Estado e uma CPI da Câmara Municipal identificaram esquemas de extorsão contra camelôs em pelo menos três regionais: Sé, Lapa e Penha.

A propina era arrecadada por fiscais, que repassavam o dinheiro para seus superiores. As regionais eram controladas por vereadores da base de sustentação do ex-prefeito Celso Pitta.

Nos casos das regionais da Sé e da Penha, ficou provado que os ex-vereadores Hanna Garib e Vicente Viscome (na época, ambos do PPB) recebiam parte do dinheiro tomado dos camelôs. Os dois estão presos.

 

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