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08/01/2001 - 20h14

Primeiras medidas de Tarso incluem reforço na segurança pública

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CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre

O prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, anunciou hoje 38 medidas a serem adotadas nos próximos seis meses por sua administração, a quarta consecutiva do PT na capital gaúcha.

Pela primeira vez, a prefeitura demonstra uma grande preocupação com a segurança pública.

Tarso determinou a criação de um grupo especial de trabalho que irá formular um "programa abrangente de segurança comunitária e cidadã".

O grupo terá como consultor o antropólogo Luiz Eduardo Soares, que denunciou a existência de uma "banda podre" na polícia do Rio de Janeiro. Ele, que mora em Nova York, deverá visitar a cidade em março.

Por conta de suas denúncias, Soares foi exonerado do cargo de coordenador de Segurança do governo Anthony Garotinho _sua demissão foi a gota d'água para a saída do PT do governo do Rio.

A guarda municipal, composta de 518 agentes, deverá receber treinamento para auxiliar no combate à violência e ao tráfico de drogas nas 90 escolas do município. Um projeto para tornar o Centro mais seguro poderá utilizar câmaras de vídeo para vigiar o movimento.

A eventual adoção dessa medida, porém, já causa polêmica, segundo o vice-prefeito e secretário de governo, João Verle (PT). Ele disse que vereadores petistas e pessoas ligadas a movimentos de direitos humanos alegam que a iniciativa fere a privacidade.

Tarso Genro disse que não há problema financeiro para a implementação das medidas, que devem custar cerca de R$ 30 milhões.

Algumas despesas já estão previstas no orçamento da prefeitura, de R$ 1,3 bilhão, e outras receberão recursos suplementares.

A Secretaria da Justiça e da Segurança do Estado _também governado pelo PT_ não quis comentar a investida do município na área da segurança, tradicionalmente sob a responsabilidade do Executivo estadual.

A assessoria da secretaria disse que a prefeitura está fazendo contatos para estabelecer um trabalho conjunto.

O prefeito declarou, em entrevista, que a "política global de segurança pública cidadã" de Porto Alegre "começa a ser trabalhada agora, mas adquirirá sua base técnica e estratégica a partir de março", com a participação de Luiz Eduardo Soares.

De acordo com o prefeito, o seu vice já estabeleceu "uma relação de cumplicidade positiva" com a Secretaria da Justiça e da Segurança, comandada pelo ex-senador José Paulo Bisol.

Durante a campanha, Tarso recebeu muitas críticas do seu oponente no segundo turno, Alceu Collares (PDT), que acusava o petista de ignorar a área da segurança pública.

A morte de um menino, durante um assalto a um ônibus, no período eleitoral, foi usada por Collares para atingir Tarso e acusar o PT de descaso com a segurança.

O pacote de medidas está relacionado com o "combate à pobreza absoluta, radicalização da democracia e impulsionamento da inovação tecnológica", os três eixos prioritários da administração.

O Serviço de Educação Social de Rua, dirigido a meninos e meninas de rua, que atendia apenas oito horas, passará a funcionar o dia todo.

Serão criadas quatro novas casas para abrigar crianças e adolescentes de rua, em parceria com a iniciativa privada. A prefeitura construirá oito creches comunitárias.

O orçamento participativo, principal instrumento da gestão petista desde sua ascensão ao poder, em 1989, passará a ter uma página na Internet. As pessoas que não comparecem às reuniões também poderão apresentar propostas e acompanhar o desenvolvimento do processo.

Um grupo de trabalho analisará a implantação de um metrô em Porto Alegre _outro assunto presente no discurso dos opositores do PT nas últimas campanhas eleitorais.

Tarso disse que a prefeitura tem condições de encarar a obra se receber apoio do governo federal, que será procurado.
 

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