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11/01/2001 - 22h45

Rebelião em unidade provisória fere dez em SP

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da Folha de S.Paulo

Dez pessoas ficaram feridas na primeira rebelião em um CDP (Centro de Detenção Provisória) hoje em São Paulo.

Esse tipo de unidade foi criada no ano passado para receber detentos ainda não condenados de cadeias superlotadas.

O motim, na unidade do Belém (zona sudeste de SP), começou ao meio-dia, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, após uma tentativa de fuga frustrada pela Polícia Militar, que faz a vigilância nas muralhas.

Até o início da noite de hoje, seis funcionários ainda eram mantidos reféns. Eles foram ameaçados com estiletes.

Segundo a secretaria, um grupo de 25 a 30 presos pulou o alambrado interno, que dá acesso aos muros. Por isso, segundo a secretaria, os PMs atiraram.

Dos feridos, nove eram presos e oito deles foram baleados, segundo a assessoria de imprensa do Hospital do Tatuapé. O nono preso ferido teria sido agredido pelos companheiros de cela.

Os rebelados tinham pelo menos um revólver, segundo a polícia. "Houve tiros entre presos e PMs das torres", disse o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, supervisor do Garra (Grupo Armado de Repressão ao Roubo e Assalto).

Assim que começou o tiroteio, os detentos fizeram 15 funcionários reféns e passaram a exigir a presença do juiz-corregedor. Durante as negociações, os rebelados libertaram nove reféns e queimaram colchões.

"Eles fizeram algumas reivindicações e estamos tentando atendê-las", disse Anderson Robes, assessor da Coesp (Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários do Estado de São Paulo).

O CDP 1 do Belém, onde houve a rebelião, foi inaugurado há três meses e tinha hoje 697 presos.

No prédio ao lado, há mais 620 detentos, entre eles, Francisco de Assis Pereira, conhecido como o maníaco do parque, e 95 presos que foram transferidos da Casa de Custódia de Taubaté após a rebelião, no final do ano passado, em que morreram nove presos.

Uma das reivindicações dos presos é o fim da falta de água na unidade. Robes negou o desabastecimento constante, como denunciaram parentes dos presos, mas admitiu que a unidade "às vezes" tem problemas.

O que se viu durante o dia foram desencontros de informações.

Às 18h, Robes disse que seis pessoas se feriram e não por tiros, apesar de o Hospital do Tatuapé ter informado que atendeu número maior de pessoas, inclusive com ferimentos por balas.

Nem a Coesp nem a PM confirmaram se os presos estavam armados com revólveres quando o motim começou.
 

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