Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
12/01/2001 - 18h13

Estado de saúde de segurança de Xuxa é considerado grave

Publicidade

SABRINA PETRY
da Folha de S.Paulo, no Rio

Cinco pessoas, entre elas duas crianças de 5 e 7 anos, que participavam da gravação do programa Xuxa Park estão internadas em estado grave com queimaduras e intoxicação, causadas pelo incêndio que atingiu o estúdio na noite de ontem.

O caso mais grave é o do segurança particular da apresentadora, Leonílson Vieira de Oliveira, 47.

Ele, que foi internado no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do Barra D'Or, está com insuficiência respiratória aguda, causada por inalação de gases tóxicos, e teve 90% das vias respiratórias queimadas.

O segurança respira com o auxílio de aparelhos e toma remédios para manter as funções vitais.

De acordo com a direção do hospital, Oliveira é o que está em estado mais grave. Ele foi o último a deixar o estúdio. "Ele só saiu de lá depois de tirar todo mundo", contou a irmã do segurança, Sandra Helena.

Ela disse que o irmão, que é casado e tem um filho de 9 anos, faz a segurança de Xuxa há 14 anos. "Ele era a sombra da Xuxa e adorava o que fazia. Ele jamais conseguiria sair de lá sabendo que outras pessoas ainda corriam perigo", disse a irmã.

O programa estava sendo gravado no estúdio F do Projac (a cidade cenográfica da Rede Globo), em Jacarepaguá (zona oeste do Rio), quando, por volta das 20h45, começou o fogo na nave espacial usada pela apresentadora Xuxa para entrar e sair do palco.

Imagens mostradas pelo "Jornal Nacional" mostraram que Xuxa cantava no momento em que a nave começou a se incendiar. Ao notar o incêndio, a apresentadora e as paquitas fugiram em disparada.

O incêndio espalhou-se rapidamente pelo teto do estúdio, causando pânico nas cerca de 300 pessoas (200 crianças e 100 adultos) presentes. As chamas destruíram completamente a nave e o elevador hidráulico que a sustenta. O estúdio ficou coberto de fumaça e fuligem.

A Defesa Civil e a brigada de incêndio do Projac atenderam 26 pessoas: 19 com intoxicação, uma com fratura no braço direito, uma com hipertensão e cinco com queimaduras. Quatorze continuam hospitalizadas.

Segundo a Rede Globo, Xuxa só deixou o estúdio após a retirada de todos do local. Ela ainda acompanhou a internação dos feridos mais graves no Barra D'Or, na Barra da Tijuca (zona sul), de onde saiu às 5h.

Silvana Oliveira Souza, 38, e Flávio Luiz Olímpio de Souza, 16, também internados em estado grave no CTI do Barra D'Or, sofreram intoxicação por gases tóxicos e queimaduras nas vias respiratórias. Eles respiram com a ajuda de aparelhos.

A diretora do hospital, Martha Savedra, explicou que as queimaduras foram causadas pela inalação de gases tóxicos superaquecidos, liberados durante o incêndio.

Outras três pessoas que sofreram intoxicações leves aguardam alta médica do hospital.

A menina Thamires Gomes Vallejo, 7, internada no CTI do Hospital da Aeronáutica (Ilha do Governador, zona norte), em estado grave, teve 34% do corpo queimado.

Ela sofreu queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus e, segundo o boletim médico divulgado à tarde, "uma extensa queimadura nas vias respiratórias", consequência da inalação de gases tóxicos aquecidos.

De acordo com o boletim, Thamires está "sedada, entubada e respirando por aparelhos". À noite, seu estado de saúde continuava o mesmo.

Marcos Vinícius Ventura, 5, hospitalizado na clínica São Vicente (Gávea, zona sul), teve 40% do corpo queimado e seu estado é grave, porém estável, segundo os médicos. Ele também sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus.

Hoje, peritos do Icce (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), da Polícia Civil, estiveram no Projac. Eles chegaram às 10h45 e saíram duas horas e meia depois. A imprensa foi impedida de acompanhar a perícia e teve de ficar do lado de fora da cidade cenográfica.

O diretor do Icce, Sérgio Henriques, disse que o estúdio ficará interditado por tempo indeterminado, "até que saia o laudo da perícia".

Segundo ele, as únicas instalações do cenário que foram destruídas pelo incêndio foram a nave da apresentadora e o elevador que a sustenta.

"Já tenho quase certeza da causa do incêndio, mas não posso adiantá-la porque ainda faltam dois exames complementares."

A Folha apurou que um curto-circuito no elevador hidráulico que sustenta a nave teria causado as chamas. O laudo deve sair na segunda-feira.

O delegado Zaqueu Teixeira, titular da 32ª Delegacia de Polícia, abriu inquérito para apurar as responsabilidades pelo acidente.

Teixeira disse que começará a ouvir as testemunhas na segunda-feira. A primeira delas deverá ser a apresentadora Xuxa.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página