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15/01/2001
-
04h54
ESTANISLAU MARIA, da Folha de S.Paulo
A SAS (Secretaria da Assistência Social) pretende contratar moradores de rua que vivem debaixo dos viadutos de São Paulo como zeladores dos banheiros públicos a serem instalados na cidade. Cada zelador ganharia pelo menos um salário mínimo (R$ 151).
"Com os banheiros, vamos também gerar empregos", afirmou o secretário da SAS, Evilásio Farias (PSB), que disse não saber quantos equipamentos serão instalados, onde ficarão nem qual será o fornecedor.
A prefeita Marta Suplicy (PT) disse que a "medida é provisória e até precária, mas é melhor ter (banheiro) do que não ter."
Segundo censo da população de rua feito em 1999, metade dos 8.704 sem-teto de São Paulo fazem suas necessidades nas ruas.
O vereador Erasmo Dias (PPB) criticou a medida. "É uma solução demagógica e incentiva o sem-teto a ficar na rua; o sujeito vai querer fazer cozinha, sala..."
Para o médico sanitarista Jorge Kayano, coordenador do Instituto Pólis (ONG que assessora e pesquisa iniciativas de prefeituras no país), "como solução emergencial, a idéia é defensável". "Mas acho difícil que os usuários cuidem da higiene. É preciso um funcionário fixo no local."
A Folha visitou seis dos 11 banheiros que já existem no centro. Nenhum tinha condições de uso.
Os das praças da República e Marechal Deodoro e do vale do Anhangabaú estão interditados por falta de manutenção. No da praça 14 Bis, só há um box, usado por homens e mulheres. Ele fica trancado e é preciso pedir a chave ao zelador. Na quinta-feira, estava interditado por entupimento.
Numa área próxima, há quatro boxes, mas só um masculino e um feminino funcionam, sem descarga. As pias do lado feminino foram arrancadas. O sexto banheiro estava fechado às 17h, apesar de a placa indicar funcionamento até as 18h. Garotos que jogavam futebol perto disseram que não dá para usá-lo devido à sujeira.
"Vamos recuperar o que existe, instalar novos e mantê-los limpos. Por que o Metrô ninguém depreda? Porque é limpo e funciona bem", disse o secretário.
Em 1999, o Metrô privatizou 9 de seus 24 banheiros devido a vandalismo, prostituição e tráfico de drogas. Agora cobra R$ 0,50.
Moradores de rua serão zeladores dos banheiros
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A SAS (Secretaria da Assistência Social) pretende contratar moradores de rua que vivem debaixo dos viadutos de São Paulo como zeladores dos banheiros públicos a serem instalados na cidade. Cada zelador ganharia pelo menos um salário mínimo (R$ 151).
"Com os banheiros, vamos também gerar empregos", afirmou o secretário da SAS, Evilásio Farias (PSB), que disse não saber quantos equipamentos serão instalados, onde ficarão nem qual será o fornecedor.
A prefeita Marta Suplicy (PT) disse que a "medida é provisória e até precária, mas é melhor ter (banheiro) do que não ter."
Segundo censo da população de rua feito em 1999, metade dos 8.704 sem-teto de São Paulo fazem suas necessidades nas ruas.
O vereador Erasmo Dias (PPB) criticou a medida. "É uma solução demagógica e incentiva o sem-teto a ficar na rua; o sujeito vai querer fazer cozinha, sala..."
Para o médico sanitarista Jorge Kayano, coordenador do Instituto Pólis (ONG que assessora e pesquisa iniciativas de prefeituras no país), "como solução emergencial, a idéia é defensável". "Mas acho difícil que os usuários cuidem da higiene. É preciso um funcionário fixo no local."
A Folha visitou seis dos 11 banheiros que já existem no centro. Nenhum tinha condições de uso.
Os das praças da República e Marechal Deodoro e do vale do Anhangabaú estão interditados por falta de manutenção. No da praça 14 Bis, só há um box, usado por homens e mulheres. Ele fica trancado e é preciso pedir a chave ao zelador. Na quinta-feira, estava interditado por entupimento.
Numa área próxima, há quatro boxes, mas só um masculino e um feminino funcionam, sem descarga. As pias do lado feminino foram arrancadas. O sexto banheiro estava fechado às 17h, apesar de a placa indicar funcionamento até as 18h. Garotos que jogavam futebol perto disseram que não dá para usá-lo devido à sujeira.
"Vamos recuperar o que existe, instalar novos e mantê-los limpos. Por que o Metrô ninguém depreda? Porque é limpo e funciona bem", disse o secretário.
Em 1999, o Metrô privatizou 9 de seus 24 banheiros devido a vandalismo, prostituição e tráfico de drogas. Agora cobra R$ 0,50.
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