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22/01/2001 - 04h13

Policiais não pagam produtos em feira irregular

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JUCA VARELLA, da Folha de S.Paulo

Um tipo pouco comum de consumidor costuma frequentar as barracas da feira clandestina do parque D. Pedro 2º. São policiais militares em busca de produtos para reforçar a despensa.

A reportagem da Folha flagrou três veículos -dois da PM e um do CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito da Polícia Militar)- levando mercadorias dos feirantes. A reportagem não verificou o pagamento pelos produtos em nenhum dos casos.

Na madrugada de 12 de janeiro, por volta de 3h, o veículo T-2503, do CPTran, passou pelo viaduto Diário Popular, ao lado de carros e caminhões estacionados ilegalmente sobre o viaduto, circulou pela feira onde as irregularidades são frequentes e parou ao lado de um caminhão de batatas, que estava estacionado com as quatro rodas sobre a calçada.

Em vez de aplicar uma multa, a pessoa que estava no banco do passageiro estendeu o braço para cumprimentar o barraqueiro, que vendia batatas e cebolas.

Em seguida, os barraqueiros colocaram um saco de 50 quilos de batatas na caçamba da picape do CPTran. Outro saco já estava lá. Após uma rápida despedida com outro aperto de mão, os policiais foram embora.

Na madrugada seguinte, à 1h45, foi a vez do veículo M-07121, da Polícia Militar. Os dois policiais estacionaram na frente da barraca de tomates e desceram, ambos com suas armas nas mãos, apontadas para o chão.

O motorista trocou algumas palavras com o barraqueiro, que levou uma caixa de tomates para o porta-malas do veículo, já aberto e guardado pelo outro policial militar.

Na mesma madrugada, às 2h50, a barraca de melancias foi a escolhida pelos policiais que ocupavam o veículo M-07120.

Um dos policiais desceu do carro e parou na frente das frutas. O barraqueiro escolheu uma das melancias e a entregou ao policial, que agradeceu, voltou para o carro e foi embora.

Moradores da região dizem que fatos semelhantes aos flagrados pela Folha são comuns. Segundo eles, qualquer autoridade pode levar os produtos sem pagar.

Investigação
A Corregedoria da Polícia Militar abriu inquérito policial militar para apurar o caso (leia texto ao lado). A Folha apurou que a Corregedoria já ouviu um dos barraqueiros que deu mercadoria aos policiais e que tentaria ouvir os demais.
 

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