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31/01/2001
-
04h09
KÁTIA STRINGUETO, da Folha de S.Paulo
Um grupo de cerca de 400 pacientes do Hospital do Câncer, em São Paulo, já se beneficiou, nos últimos cinco anos, de uma nova terapia capaz de aliviar a dor provocada pelo aparecimento das metástases ósseas -surgimento de novos focos da doença nos ossos.
Trata-se do samário 153, um material radioativo desenvolvido e testado pelo Hospital do Câncer e pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
O produto age de maneira seletiva dentro do organismo. "Ao ser injetado na corrente sanguínea, o "remédio" reconhece os focos de metástase. E concentra a liberação de radioatividade ali", explica o médico nuclear Eduardo Lima.
Metástases
Alguns pacientes chegam a apresentar mais de 30 pontos de metástase óssea. E acabam convivendo com um sofrimento extra, que compromete ainda mais a sua qualidade de vida: a dor.
Toda vez que o tumor aparece nos ossos, o crescimento celular desregulado gera uma pressão interna e estimula a liberação de substâncias que provocam dor.
Embora já tenha ultrapassado a fase de teste, a demanda pelo samário ainda é pequena. Isso porque o uso do produto exige interação entre o médico que trata a dor e o médico nuclear, que determina a dose de material radioativo para cada paciente.
Eles precisam trabalhar juntos porque o samário exige cuidados. Pacientes em fase de quimioterapia, por exemplo, não podem receber o tratamento. "Em 30% dos casos, o samário pode causar falha na produção de células do sangue", explica Sandra Caires Serrano, responsável pelo ambulatório de samário do Hospital do Câncer.
Bem indicado, no entanto,o produto beneficia 75% dos pacientes. A vantagem dele é atuar seletivamente nas metástases e preservar os tecidos sadios em volta do tumor.
Por causa desse perfil, o samário é uma boa opção para pacientes com metástases múltiplas. Nesse caso, a radioterapia convencional é muito danosa. Se o estômago está na frente do tumor, por exemplo, a radioterapia pode provocar uma gastrite.
"Como tem uma distribuição preferencial pelas metástases, o samário irradia apenas as áreas que se quer", diz José Oswaldo de Oliveira Júnior, chefe da central de dor do Hospital do Câncer.
Outra indicação é quando analgésicos como a morfina não conseguem mais controlar a dor.
Terapia alivia dor em portador de câncer
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Um grupo de cerca de 400 pacientes do Hospital do Câncer, em São Paulo, já se beneficiou, nos últimos cinco anos, de uma nova terapia capaz de aliviar a dor provocada pelo aparecimento das metástases ósseas -surgimento de novos focos da doença nos ossos.
Trata-se do samário 153, um material radioativo desenvolvido e testado pelo Hospital do Câncer e pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
O produto age de maneira seletiva dentro do organismo. "Ao ser injetado na corrente sanguínea, o "remédio" reconhece os focos de metástase. E concentra a liberação de radioatividade ali", explica o médico nuclear Eduardo Lima.
Metástases
Alguns pacientes chegam a apresentar mais de 30 pontos de metástase óssea. E acabam convivendo com um sofrimento extra, que compromete ainda mais a sua qualidade de vida: a dor.
Toda vez que o tumor aparece nos ossos, o crescimento celular desregulado gera uma pressão interna e estimula a liberação de substâncias que provocam dor.
Embora já tenha ultrapassado a fase de teste, a demanda pelo samário ainda é pequena. Isso porque o uso do produto exige interação entre o médico que trata a dor e o médico nuclear, que determina a dose de material radioativo para cada paciente.
Eles precisam trabalhar juntos porque o samário exige cuidados. Pacientes em fase de quimioterapia, por exemplo, não podem receber o tratamento. "Em 30% dos casos, o samário pode causar falha na produção de células do sangue", explica Sandra Caires Serrano, responsável pelo ambulatório de samário do Hospital do Câncer.
Bem indicado, no entanto,o produto beneficia 75% dos pacientes. A vantagem dele é atuar seletivamente nas metástases e preservar os tecidos sadios em volta do tumor.
Por causa desse perfil, o samário é uma boa opção para pacientes com metástases múltiplas. Nesse caso, a radioterapia convencional é muito danosa. Se o estômago está na frente do tumor, por exemplo, a radioterapia pode provocar uma gastrite.
"Como tem uma distribuição preferencial pelas metástases, o samário irradia apenas as áreas que se quer", diz José Oswaldo de Oliveira Júnior, chefe da central de dor do Hospital do Câncer.
Outra indicação é quando analgésicos como a morfina não conseguem mais controlar a dor.
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