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31/01/2001 - 04h13

Presos podem ter pago R$ 1,5 milhão por resgate

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RITA MAGALHÃES, do Agora São Paulo

O corregedor dos presídios do Estado de São Paulo, Clayton Alfredo Nunes, e a Procuradoria Geral de Justiça do Estado investigam a informação de que o PCC (Primeiro Comando da Capital) pagou R$ 1,5 milhão para o resgate, na madrugada de domingo, de cinco integrantes do grupo na penitenciária de Araraquara (SP).

O valor teria sido dividido entre funcionários da penitenciária supostamente envolvidos na fuga dos presos. Seus nomes não foram revelados. O PCC é uma das principais organizações criminosas dos presídios paulistas.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Administração Penitenciária, a versão oficial é que o ex-diretor geral do presídio Leandro Pereira libertou os cinco presos porque teve sete membros de sua família sequestrada. "Desconhecemos essa denúncia. De qualquer forma, o corregedor está apurando os fatos, e, se isso ocorreu, será levantado", disse Rivaldo Chinem, assessor do secretário Nagashi Furukawa.

O juiz corregedor dos presídios, Octávio Augusto Machado de Barros
Filho, não quis comentar o assunto. "O único que pode responder pelo caso é o dr. Clayton, que responde pela Corregedoria dos Presídios, ou o Ministério Público de Araraquara", afirmou.

Nunes foi procurado pelo menos dez vezes entre 12h e 19h de ontem, mas não foi localizado para falar sobre o assunto. Sua secretária, Andréia, disse que ele estava em "diligências na rua".

De acordo com Rivaldo Chinem, Nunes volta hoje à Araraquara para acabar de interrogar os funcionários que trabalharam na noite do resgate.

O promotor da Vara de Execuções, Naul Luiz Felca, designado para acompanhar o inquérito policial da fuga, disse no início da noite que "seria leviano se confirmasse a informação da venda".
"Vou me reunir com os delegados que estão no caso para tomar pé da situação", afirmou.

A reportagem não conseguiu localizar ontem Pereira e o diretor Ocimar Eiras, que o substituía na hora do resgate. Os dois foram afastados do cargo.

Os detentos Márcio Henrique Evaristo, Alexandre Sandorty, Jadiel Lourenço da Silva, Edson do Nascimento e Luís Carlos Bento Tavares saíram com Pereira em uma Kombi da penitenciária sem ordem de um juiz ou do secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa.

Jorge Aparecido Bento de Camargo assume hoje a direção do presídio de Araraquara. Camargo, 44, foi diretor geral do Presídio de Itirapina 1 e Itirapina 2, na região de Araraquara, além da penitenciária de Ribeirão Preto.

Um curso de reciclagem de diretores de penitenciárias será oferecido a partir de março pela Escola de Administração Penitenciária e contará com noções de como agir em caso de sequestro de familiares. O objetivo é treinar os policiais para agirem em situações como a de Araraquara.
 

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