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01/02/2001
-
02h08
da Folha de S.Paulo
As propostas petistas são bem-recebidas por empresários do setor, mas, segundo eles, seriam necessárias mais iniciativas para incrementar o setor de habitação para baixa renda, como, por exemplo, a abertura de linhas de crédito à população.
"As declarações do secretário soam, para nós, construtores, como música", diz Basílio Jafet, vice-presidente de incorporação do Secovi-SP (sindicato das imobiliárias e construtoras).
Estudo do Secovi indica que 38% do preço final de um imóvel correspondem a tributos federais, estaduais e municipais. Só esses últimos representariam 13%.
Porém, de acordo com Jafet, a simples isenção de impostos implicaria a redução de 5% do preço final do imóvel.
"A agilização na aprovação de plantas pesaria muito, porque tempo é dinheiro em uma obra, mas isso é difícil de quantificar", diz.
O preço do terreno em São Paulo, um dos mais altos do país, seria mais importante em sua avaliação.
Com a adoção do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) progressivo para terrenos vazios, que servem como estoque especulativo, seria possível reduzir esses custos.
O PT pretende implantar essa cobrança (quanto mais caro o imóvel, maior a taxação) em 2002, mas não anunciou se a progressão incluirá o combate à especulação.
"Esse mercado é muito difícil. Enquanto o loteador clandestino vai lá, monta a barraca do lado do seu empreendimento, passa o trator e sai vendendo, você que está fazendo tudo direitinho fica para trás", afirma Jafet.
Financiamento
As construtoras que entraram no mercado popular têm conseguido se aproximar seu preço do das unidades de programas como CDHU, Cingapura e Cohab.
Hoje, segundo o Secovi, os imóveis populares da iniciativa privada custam em torno de R$ 30 mil.
Luciana Rossi, diretora financeira da Rossi Residencial, que constrói habitações para a classe média baixa, considera "boa" a proposta, mas insuficiente para incrementar o setor.
"Essa população precisa, acima de tudo, de financiamento a longo prazo, e, por enquanto, só a Caixa Econômica Federal oferece", diz.
Para ela, a isenção pesará pouco. "Mas R$ 50 para quem pode pagar prestação de R$ 240 é muito."
Para Luciano Borghesi, do Villa Flora, empreendimento que vende sobrados de 45 m2 a R$ 29 mil em Sumaré (interior do Estado), é necessário uma mudança de mentalidade no poder público e nos agentes financeiros quanto às novas tecnologias construtivas.
"Continuamos com as exigências, no que diz respeito ao código de obras, de 40 anos atrás. Hoje, os espaços internos de um imóvel mudaram, e a forma de construí-lo também. O processo tornou-se mais industrial, mas poucos dos que decidem sobre esse setor assimilaram isso", avalia Borghesi.
Para construtores, crédito é problema para pessoas de baixa renda
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As propostas petistas são bem-recebidas por empresários do setor, mas, segundo eles, seriam necessárias mais iniciativas para incrementar o setor de habitação para baixa renda, como, por exemplo, a abertura de linhas de crédito à população.
"As declarações do secretário soam, para nós, construtores, como música", diz Basílio Jafet, vice-presidente de incorporação do Secovi-SP (sindicato das imobiliárias e construtoras).
Estudo do Secovi indica que 38% do preço final de um imóvel correspondem a tributos federais, estaduais e municipais. Só esses últimos representariam 13%.
Porém, de acordo com Jafet, a simples isenção de impostos implicaria a redução de 5% do preço final do imóvel.
"A agilização na aprovação de plantas pesaria muito, porque tempo é dinheiro em uma obra, mas isso é difícil de quantificar", diz.
O preço do terreno em São Paulo, um dos mais altos do país, seria mais importante em sua avaliação.
Com a adoção do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) progressivo para terrenos vazios, que servem como estoque especulativo, seria possível reduzir esses custos.
O PT pretende implantar essa cobrança (quanto mais caro o imóvel, maior a taxação) em 2002, mas não anunciou se a progressão incluirá o combate à especulação.
"Esse mercado é muito difícil. Enquanto o loteador clandestino vai lá, monta a barraca do lado do seu empreendimento, passa o trator e sai vendendo, você que está fazendo tudo direitinho fica para trás", afirma Jafet.
Financiamento
As construtoras que entraram no mercado popular têm conseguido se aproximar seu preço do das unidades de programas como CDHU, Cingapura e Cohab.
Hoje, segundo o Secovi, os imóveis populares da iniciativa privada custam em torno de R$ 30 mil.
Luciana Rossi, diretora financeira da Rossi Residencial, que constrói habitações para a classe média baixa, considera "boa" a proposta, mas insuficiente para incrementar o setor.
"Essa população precisa, acima de tudo, de financiamento a longo prazo, e, por enquanto, só a Caixa Econômica Federal oferece", diz.
Para ela, a isenção pesará pouco. "Mas R$ 50 para quem pode pagar prestação de R$ 240 é muito."
Para Luciano Borghesi, do Villa Flora, empreendimento que vende sobrados de 45 m2 a R$ 29 mil em Sumaré (interior do Estado), é necessário uma mudança de mentalidade no poder público e nos agentes financeiros quanto às novas tecnologias construtivas.
"Continuamos com as exigências, no que diz respeito ao código de obras, de 40 anos atrás. Hoje, os espaços internos de um imóvel mudaram, e a forma de construí-lo também. O processo tornou-se mais industrial, mas poucos dos que decidem sobre esse setor assimilaram isso", avalia Borghesi.
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