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05/02/2001
-
23h00
ALESSANDRO SILVA
da Folha de S.Paulo
Dois chineses foram presos hoje, em São Paulo, acusados de integrar a máfia que vem extorquindo dinheiro de comerciantes no bairro da Liberdade, centro da capital, predominantemente ocupado por imigrantes orientais.
Tan Jan Jian, 20, e Chen Junying, 34, que estão vivendo clandestinamente no país, foram presos e indiciados pelos crimes de extorsão e porte ilegal de armas.
A prisão aconteceu no início da tarde em um restaurante na Liberdade, onde um comerciante entregaria uma parcela de R$ 1.000, de um total de R$ 5.000 exigidos pelo grupo.
Essa cota o livraria, com seus familiares, de ser sequestrado pela máfia.
Promotores e agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público, participaram da operação, a segunda em menos de um mês contra a máfia chinesa em São Paulo.
Desde outubro, quando o Gaeco deu início às investigações, quatro pessoas foram presas.
"Temos uma vítima que se recusou a pagar proteção e acabou sequestrada e agredida por dois dias seguidos", disse o promotor do caso, Roberto Porto.
No mês passado, o Gaeco encontrou um escritório na avenida Paulista, em São Paulo, onde eram produzidos documentos falsos para os integrantes da máfia chinesa.
Segundo Porto, a maioria deles entra clandestinamente no país pelo Paraguai.
O Ministério Público infiltrou agentes na comunidade da Liberdade para descobrir como age a "máfia chinesa" _organização criminosa trazida ao país por imigrantes, geralmente clandestinos, que cobra proteção" dos comerciantes para não atacá-los.
Segundo o promotor, 80% das avícolas da capital (120), de descendentes chineses, já foram vítimas das extorsões desse grupo, provavelmente ligado à rede de prostituição e falsificação de CDs.
Dez vítimas já formalizaram queixa relatando crimes semelhantes ao Ministério Público.
Os valores cobrados, de acordo com Porto, variam de R$ 5.000 a R$ 10 mil. O comerciante extorquido ontem, L.Y., 31, havia pago R$ 2.000 a eles, há dois anos, e foi procurado na última sexta-feira.
O Gaeco tem catalogadas 20 ocorrências policiais no ano passado, ligadas à máfia chinesa. Entre esses casos, estão dois homicídios com cinco mortes.
Mas há, no mínimo, desde 99, duas ações da máfia no interior, nas regiões de Campinas e Ribeirão Preto.
Os dois chineses presos hoje se identificaram como agricultores à polícia, por meio de tradutores, mas não falaram sobre as acusações.
A Folha não conseguiu falar com eles. No apartamento deles, a polícia encontrou um revólver.
Chineses são presos acusados de exigir dinheiro de comerciantes
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da Folha de S.Paulo
Dois chineses foram presos hoje, em São Paulo, acusados de integrar a máfia que vem extorquindo dinheiro de comerciantes no bairro da Liberdade, centro da capital, predominantemente ocupado por imigrantes orientais.
Tan Jan Jian, 20, e Chen Junying, 34, que estão vivendo clandestinamente no país, foram presos e indiciados pelos crimes de extorsão e porte ilegal de armas.
A prisão aconteceu no início da tarde em um restaurante na Liberdade, onde um comerciante entregaria uma parcela de R$ 1.000, de um total de R$ 5.000 exigidos pelo grupo.
Essa cota o livraria, com seus familiares, de ser sequestrado pela máfia.
Promotores e agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público, participaram da operação, a segunda em menos de um mês contra a máfia chinesa em São Paulo.
Desde outubro, quando o Gaeco deu início às investigações, quatro pessoas foram presas.
"Temos uma vítima que se recusou a pagar proteção e acabou sequestrada e agredida por dois dias seguidos", disse o promotor do caso, Roberto Porto.
No mês passado, o Gaeco encontrou um escritório na avenida Paulista, em São Paulo, onde eram produzidos documentos falsos para os integrantes da máfia chinesa.
Segundo Porto, a maioria deles entra clandestinamente no país pelo Paraguai.
O Ministério Público infiltrou agentes na comunidade da Liberdade para descobrir como age a "máfia chinesa" _organização criminosa trazida ao país por imigrantes, geralmente clandestinos, que cobra proteção" dos comerciantes para não atacá-los.
Segundo o promotor, 80% das avícolas da capital (120), de descendentes chineses, já foram vítimas das extorsões desse grupo, provavelmente ligado à rede de prostituição e falsificação de CDs.
Dez vítimas já formalizaram queixa relatando crimes semelhantes ao Ministério Público.
Os valores cobrados, de acordo com Porto, variam de R$ 5.000 a R$ 10 mil. O comerciante extorquido ontem, L.Y., 31, havia pago R$ 2.000 a eles, há dois anos, e foi procurado na última sexta-feira.
O Gaeco tem catalogadas 20 ocorrências policiais no ano passado, ligadas à máfia chinesa. Entre esses casos, estão dois homicídios com cinco mortes.
Mas há, no mínimo, desde 99, duas ações da máfia no interior, nas regiões de Campinas e Ribeirão Preto.
Os dois chineses presos hoje se identificaram como agricultores à polícia, por meio de tradutores, mas não falaram sobre as acusações.
A Folha não conseguiu falar com eles. No apartamento deles, a polícia encontrou um revólver.
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