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07/02/2001 - 03h42

PT favorece PMDB na apuração do PAS

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GILMAR PENTEADO, da Folha de S.Paulo

O PMDB terá a relatoria da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que vai investigar irregularidades no PAS, apesar de vários vereadores do partido terem sido acusados de controlar politicamente os módulos do plano. Ontem, a Câmara Municipal de São Paulo criou cinco CPIs.

Em um acordo com o PT, os peemedebistas abriam mão de incluir a CPI do túnel Ayrton Senna (suposto superfaturamento da obra) entre as prioridades dos líderes de partidos em troca da relatoria da CPI do PAS e da dívida.

O relator de uma CPI tem função estratégica: é responsável pela elaboração do relatório com o resumo das investigações e uma conclusão dos trabalhos. O documento tem de ser votado na comissão e depois no plenário.

O líder do PMDB, Carlos Apolinário, confirmou o acordo com o PT. "Somos minoria (seis vereadores). É melhor ter duas relatorias do que perder uma CPI."

Foi o PMDB que sugeriu a proposta aos petistas. "Saí (da reunião) para
consultar a bancada e ela concordou", disse o líder do governo, José Mentor (PT).

Apolinário negou que o PMDB tenha escolhido a relatoria do PAS para proteger seus vereadores. "Escolhemos porque é uma CPI importante", disse.

Mas peemedebistas vêm sendo acusados de controlar módulos do PAS. Jooji Hato foi acusado por uma funcionária, em 1999, de controlar o módulo 3 do PAS (Ipiranga). Hato negou a acusação.

O ex-vereador Miguel Colasuonno também foi mencionado por ex-diretores de cooperativas como o controlador dos módulos da zona leste e norte -quando o nome PAS mudou para Simns. O ex-vereador Paulo Roberto Faria Lima (PMDB) também foi acusado de controlar o módulo central. Faria Lima e Colasuonno negam.

Os próprios petistas sempre denunciaram o loteamento dos módulos. Mas Mentor disse ontem que é "normal" os vereadores fazerem acordos. "O relator tem poder limitado. O relatório dele pode ser derrubado ainda na própria comissão", afirmou.

Segundo peemedebistas que não querem se identificar, o partido está se aproximando da administração do PT. "Esse contato está ocorrendo vereador por vereador", disse um peemedebista.

A aproximação ajuda a explicar a posição do PMDB, que chegou a falar em CPI do lixo para investigar o acordo feito por Marta Suplicy com empresas de limpeza acusadas de irregularidades pelo próprio PT, mas voltou atrás.

A candidatura de Jader Barbalho (PMDB) à presidência do Senado, que quer contar com o apoio do PT, também teria influenciado à mudança de estratégia do PMDB local.

Votos
Com os votos de 48 vereadores, foi aprovada a realização simultânea de cinco CPIs: educação (superfaturamento de obras), PAS, dívida do município, TCM (Tribunal de Contas do Município) e concessões de áreas públicas a entidades particulares.

Apenas quatro parlamentares do PPB -Erasmo Dias, Wadih Mutran, Salim Curiati e Edivaldo Estima- se abstiveram da votação. Partido do ex-prefeito Paulo Maluf, o PPB foi a única legenda contrária às CPIs.

Os vereadores apresentaram, no total, 13 pedidos de CPI. As oito comissões que ficaram de fora vão ficar em uma fila de espera para serem abertas depois do prazo de conclusão das cinco primeiras (90 dias).
 

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