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08/02/2001 - 19h02

Greve parou transporte em coletivos em BH e mais 32 municípios

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CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

A paralisação geral dos ônibus coletivos na região metropolitana de Belo Horizonte deixou hoje 2,5 milhões de pessoas sem transporte público e causou danos em diversos serviços à população, incluindo hospitais.

A solução encontrada pela população foi o transporte em peruas que fazem o transporte alternativo _clandestinamente ou com base em liminares expedidas pela Justiça_ o que teria provocado o conflito entre perueiros e grevistas durante todo o dia.

Pelo menos um motorista de perua e 15 motoristas e cobradores de ônibus foram detidos pela Polícia Militar de Minas Gerais.

Desde a 0h de hoje, início da greve marcada pelos motoristas e cobradores, os ônibus pararam totalmente de circular em 33 municípios da região metropolitana da capital mineira.

O Sindicato dos Rodoviários, que congrega motoristas e trocadores, reivindica um reajuste de 107% nos salários e redução da jornada de trabalho.

O Setransp (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros) não quer dar nenhum reajuste e ainda aumentar a jornada de trabalho, alegando prejuízo por causa do transporte alternativo.

A BHTrans, empresa que gerencia o trânsito na capital mineira, denunciou ao Ministério Público que a legislação foi descumprida por empresas e trabalhadores, porque o transporte coletivo é um "serviço essencial" e deveria ter sido mantido um atendimento mínimo à população.

O procurador Arlélio de Carvalho Lage, do Ministério Público do Trabalho, convocou patrões e empregados para uma reunião. Ele disse que há indícios de que haveria uma combinação entre patrões e empregados para interromper o transporte coletivo na cidade.

Segundo Lage, se hoje não houvesse um acordo para a manutenção de 30% a 50% dos ônibus, o Ministério Público iria pedir uma liminar à Justiça para garantir o atendimento mínimo.

Até as 18h30 de hoje, a reunião ainda não tinha terminado. Os dois sindicatos (patronal e empregados) negam que haja um conluio.

Chapa branca

O vice-governador de Minas Gerais, Newton Cardoso (PMDB), disse que a greve é "chapa branca" e que está sendo orientada pelos empresários no sentido de conseguir o aumento das passagens.

"O governo do Estado pede um sacrifício da população por um ou dois dias, mas não vai haver aumento de tarifas", disse Cardoso.

O governo estadual é responsável pelo gerenciamento das linhas entre os municípios da região metropolitana, responsáveis pelo transporte de 800 mil passageiros por dia.

A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Belo Horizonte também responsabilizou os sindicatos patronal e dos empregados pelo descumprimento da legislação sobre greves nos serviços essenciais e informou que vai exigir uma indenização no valor de R$ 1 milhão por dia de paralisação.

Segundo os lojistas, 60% a 70% dos empregados do comércio deixaram de comparecer aos seus locais de trabalho.

Na Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte setores de atendimento indispensável, como o de hemodiálise, ficaram sobrecarregados, principalmente durante a manhã.

Os problemas foram contornados com o aluguel de peruas para buscar os funcionários em casa.

A situação só não foi pior, segundo a direção do hospital, porque a demanda de consultas foi menor, já que os pacientes encontravam dificuldades para comparecer nos horários marcados.
 

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