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11/02/2001 - 03h46

Impacto do Carnaval em Salvador é avaliado

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MARIANA VIVEIROS, da Folha de S.Paulo

O Carnaval de Salvador (BA) contará, neste ano, com um bloco diferente nas ruas. Um grupo de 15 estudantes do curso de extensão da Faculdade de
Arquitetura da UFBA (Universidade Federal da Bahia) estará nos circuitos, fazendo uma pesquisa para analisar o impacto da festa na cidade.

O trabalho de campo integra um estudo inédito -o PEC (Plano de Estruturação Físico-Ambiental do Carnaval)- feito em convênio com a Emtursa (órgão de turismo da prefeitura que coordena o Carnaval).

O objetivo é garantir para a festa de 2002 maior segurança e conforto aos foliões e a integridade do patrimônio arquitetônico e ambiental da capital baiana.

Entre os dias 14 e 28, os pesquisadores vão tirar fotos, filmar e colher depoimentos para verificar in loco se instalações como arquibancadas, banheiros, protetores de árvores, camarotes e barracas de ambulantes estão projetadas e distribuídas corretamente.

Também será avaliado se as vias de acesso para os circuitos do Carnaval permitem a chegada e a saída segura das pessoas e se o desmonte da
estrutura colocada para a festa é eficiente.

O Carnaval de Salvador coloca 2 milhões de pessoas por dia nas ruas -das
quais 1,7 milhão são "pipocas", ou seja, brincam fora das cordas dos blocos.

Desde 97, a festa vem crescendo em volume de recursos, empregos criados e turistas recebidos.

Neste ano, a estrutura oficial incluirá dez postos médicos, 143 barracas de comida e bebida e mil sanitários químicos.

Na opinião de Manoel José Carvalho, professor de arquitetura da UFBA que coordena o PEC, os resultados do estudo indicarão a necessidade de um duplo planejamento que deverá levar em conta a complexidade e o caráter popular do Carnaval, sem desprezar os negócios que a festa movimenta.

"A cidade cotidiana não pode ser desnecessariamente molestada pela cidade efêmera criada no Carnaval. Por outro lado, não dá mais para projetar nem uma nova praça em Salvador sem verificar, por exemplo, se sua estrutura física resiste aos eventos de rua."

Segundo Eliana Dumêt, presidente da Emtursa, o planejamento feito até agora se ressentia da falta de informações concretas. "Quando a estrutura for desmontada, ela não pode deixar lixo nem buracos nas ruas, fiação nem árvores danificadas", afirma.

Além do apoio aos pesquisadores durante a festa, a Emtursa bancou todo o projeto. Eliana diz que o custo foi baixo e se concentrou em material e computadores.

As conclusões do estudo serão apresentadas em junho com sugestões de mudanças. Carvalho não descarta a proposta de uma alteração nos circuitos, mas ele ressalta que o tema é muito delicado. "É possível criar novas áreas, expandir as atuais, ocupar melhor o tempo e até criar eventos paralelos à festa", afirma.
 

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