Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
16/02/2001 - 17h54

Falso cineasta aplica golpes na região de Bragança Paulista

Publicidade

MÁRIO TONOCCHI
da Folha Online, em Campinas

A Polícia Civil de Piracaia, cidade próxima a Bragança Paulista, prendeu esta semana José Luís Oliveira da Silva, 44, acusado de aplicar golpes nas duas cidades. Ele se passava por produtor de vídeos.

O falso produtor oferecia cursos de interpretação para teatro, cinema e televisão. Prometia produzir vídeos para promoção das cidades no Estado de São Paulo, além de um filme ambientado entre as duas cidades.

O delegado de Piracaia, Bruno Jacintho de Almeida Júnior, 40, calcula em R$ 40 mil o prejuízo que o acusado de estelionato causou ao comércio local. Ele foi preso depois que o dono de um restaurante desconfiou de um cheque de R$ 400 que recebeu por um jantar. O cheque não tinha fundos.

Com o acusado a polícia encontrou quatro talões de cheques, três já usados e um com cinco folhas destacadas. 'Descobrimos também que ele tem mais 30 cheques devolvidos no Rio de Janeiro', disse o delegado.

De acordo com o delegado, o falso produtor não tinha passagem pela polícia. 'Ele apresentou uma carteira profissional registrada no sindicato dos artistas brasileiros, que ainda estamos investigando', disse o policial.

'Ele ficou hospedado no melhor hotel da região, comprou dois telefones celulares, jantava nos melhores restaurantes, convidava prefeitos para almoços e comprava as melhores roupas. Tudo com cheques sem fundo', explicou o delegado.

Segundo o delegado de Piracaia, José Luís apresentava uma jovem de 18 anos como sua esposa. A mulher não foi detida.

Em Bragança Paulista, o falso produtor é acusado de enganar pelo menos 130 alunos da escola de teatro que montou há um mês. Eles pagaram R$ 30 para um curso de uma semana, e o padre da cidade cedeu o salão paroquial para as aulas.

Em Piracaia, José Luís conseguiu com o prefeito Célio Gayer (PMDB) um cheque de R$ 2 mil para financiar a distribuição de um filme que ele estaria fazendo e que seria ambientado entre Piracaia e Bragança Paulista.

O chefe de gabinete do prefeito, Antônio Bueno de Oliveira Filho, disse hoje que a prefeitura não deu o cheque. 'Chegamos a nos interessar pelo filme, mas não chegamos a dar dinheiro', disse.

O cheque foi apreendido pela polícia junto com o acusado de estelionato e está anexado ao inquérito policial. O delegado de Piracaia não quis falar a respeito do assunto.

A Injustisada

O falso produtor chegou em Piracaia com uma câmara na mão e começou a filmar o centro da cidade. Apresentando-se aos comerciantes e aos moradores, ele disse que estava filmando um documentário chamado 'A Injustisada', com 's', como estava escrito na fita cassete.

No filme, que não tinha roteiro definido, uma mulher de Piracaia seria acusada de participar de um roubo em Bragança Paulista e passaria a ser 'rejeitada pela própria família.'

A polícia também apreendeu uma pistola de plástico que seria utilizada para as filmagens e que seria utilizada pela injustiçada. O prefeito, de acordo com a polícia, chegou a gravar uma participação no filme. O chefe de gabinete também nega a participação.

José Luiz foi detido e levado para a Cadeia Pública de Piracaia na quarta-feira e liberado ontem pela Justiça sob fiança e não está mais na região. Ele não foi encontrado no Rio de Janeiro.

Na agenda do acusado, a polícia encontrou anotações com telefones das prefeituras da região de Vargem Grande Paulista, Joanópolis e Pedra Bela, esta cidade já no sul de Minas Gerais. 'Acreditamos que estivesse pensando em estender o golpe para essas cidades', explica o delegado.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página