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18/02/2001 - 15h44

PCC é uma ramificação do narcotráfico do Rio de Janeiro

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RICARDO FELTRIN
Editor da Folha Online

O PCC (Primeiro Comando da Capital) está por trás da maioria das rebeliões em presídios do Estado de São Paulo. O PCC começou a ter visibilidade em SP em 1999, então apenas como um "braço" dos traficantes de armas e drogas do Rio --que queriam transferir parte de suas operações para cá.

Há duas teses para a origem do PCC:

1ª) o PCC seria uma ramificação da matriz Comando Vermelho (CV) --principal distribuidor de drogas e armas no país;

2ª) o PCC seria uma nova dissidência do CV, assim como o Terceiro Comando, que se rebelou contra o CV nos anos 90. A origem propriamente dita do PCC estaria em 93 ou 94 (não há consenso sobre a data). Aparentemente começou com criminosos livres, interessados em ajudar os que estavam presos. Em 2000 entrou para valer nos grandes presídios paulistas.

A união entre PCC e Comando Vermelho já foi confirmada por meio de provas, telefonemas grampeados e pactos entre os líderes de cada uma das facções.

A relação PCC/CV teria começado em 99, quando a cúpula do tráfico do Rio decidiu mudar sua base de operações para São Paulo.

A "sede" escolhida foi a favela de Heliópolis (zona sudeste da cidade).

Motivo: os criminosos cariocas estariam "cansados" de ser extorquidos por alguns policiais naquele Estado. Em troca de propina, permitiriam o trânsito livre de drogas, armas e contrabando para os morros --e, daí, para o consumidor.

Só que o aumento de policiais corruptos que se envolveram nessa "cadeia" do mercado de drogas provocou um efeito imediato no bolso dos traficantes: o lucro do negócio caiu tanto que ameaçou até sua continuidade.

Daí o interesse de Fernandinho Beira-Mar e amigos de mudarem sua base de operação. Em entrevista gravada e publicada na revista "IstoÉ", Beira-Mar chega a reclamar com seu interlocutor que não suportava mais "ser extorquido" por policiais do Rio.

A maioria dos "produtos" ilícitos, como drogas e armas, chega ao Rio pelo mar. Dada a enorme costa não patrulhada. É no mar que ocorreria o primeiro e maior pagamento de propina: supostamente para policiais marítimos que sempre fizeram vista grossa aos descarregamentos.

Mudando a base de operações para São Paulo, todos os carregamentos, que costumam partir de países como o Paraguai rumo ao Sul do Brasil e, depois, por via marítima, para o Rio, passaram a entrar em São Paulo por rodovias --para só então serem enviados ao Rio.

Com essa medida os traficantes se "vingaram" dos policiais cariocas. Se bem que, provavelmente, devem pagar algo (a uns poucos policiais corruptos) para entrar e operar em São Paulo.

Leia especial sobre a rebelião
 

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