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12/06/2000
-
04h36
Do Agora São Paulo
Está tudo errado. O planejamento de crescimento de São Paulo desconsiderou o bom funcionamento do transporte em ônibus, segundo especialistas ouvidos pela reportagem.
A solução do problema só vem com uma mudança radical na maneira de ver o transporte. Não adianta encher as ruas de ônibus sem que haja local adequado para eles circularem.
Os corredores de ônibus são apontados como parte da solução, que só virá, dizem os técnicos, se os governantes tiverem vontade política.
Andreina Negriello, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, especialista em planejamento de transporte, diz que não é possível resolver os problemas dos ônibus pensando apenas neles.
"O transporte de grandes demandas de passageiros do centro tem de ficar a cargo do metrô. As distâncias maiores têm de ser feitas pelos trens, e os ônibus têm de complementar o serviço", afirma.
Andreina diz que o ideal é que existam três tipos de serviços de ônibus:
aqueles que circulam em corredores, os comuns e os microônibus.
"Os ônibus de corredores têm de funcionar como um pré-metrô. Os comuns têm de alimentar os corredores, trens e metrôs. Já os microônibus precisam atuar em localidades específicas, buscando passageiros em shoppings, por exemplo."
Ailton Brasiliense, diretor executivo da ANT (Associação Nacional de Transportes Públicos), é a favor da cobrança de pedágio na cidade para carros. "Os recursos serviriam para ajudar a financiar o transporte público."
Para os técnicos de transporte, o tipo de gestão do sistema de ônibus é o que menos importa. Basta apenas haver uma fiscalização efetiva do serviço.
Mas, entre ex-secretários de Transportes e pessoas que trabalharam no sistema, a polêmica é acirrada.
Para a petista Tereza Lajolo, ex-vereadora e secretária de Transportes durante a gestão de Luiza Erundina na Prefeitura de São Paulo, o sistema tem de ser totalmente estatizado. "Isso pode existir na sociedade capitalista. É assim na Alemanha", afirma.
Carlos de Souza Toledo, secretário de Transporte na administração de Paulo Maluf e do início da gestão de Celso Pitta, defende o distanciamento do Estado da operação, com subsídio zero às empresas. "A prefeitura tem só de fiscalizar", afirma.
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Especialistas criticam transporte de São Paulo
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Está tudo errado. O planejamento de crescimento de São Paulo desconsiderou o bom funcionamento do transporte em ônibus, segundo especialistas ouvidos pela reportagem.
A solução do problema só vem com uma mudança radical na maneira de ver o transporte. Não adianta encher as ruas de ônibus sem que haja local adequado para eles circularem.
Os corredores de ônibus são apontados como parte da solução, que só virá, dizem os técnicos, se os governantes tiverem vontade política.
Andreina Negriello, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, especialista em planejamento de transporte, diz que não é possível resolver os problemas dos ônibus pensando apenas neles.
"O transporte de grandes demandas de passageiros do centro tem de ficar a cargo do metrô. As distâncias maiores têm de ser feitas pelos trens, e os ônibus têm de complementar o serviço", afirma.
Andreina diz que o ideal é que existam três tipos de serviços de ônibus:
aqueles que circulam em corredores, os comuns e os microônibus.
"Os ônibus de corredores têm de funcionar como um pré-metrô. Os comuns têm de alimentar os corredores, trens e metrôs. Já os microônibus precisam atuar em localidades específicas, buscando passageiros em shoppings, por exemplo."
Ailton Brasiliense, diretor executivo da ANT (Associação Nacional de Transportes Públicos), é a favor da cobrança de pedágio na cidade para carros. "Os recursos serviriam para ajudar a financiar o transporte público."
Para os técnicos de transporte, o tipo de gestão do sistema de ônibus é o que menos importa. Basta apenas haver uma fiscalização efetiva do serviço.
Mas, entre ex-secretários de Transportes e pessoas que trabalharam no sistema, a polêmica é acirrada.
Para a petista Tereza Lajolo, ex-vereadora e secretária de Transportes durante a gestão de Luiza Erundina na Prefeitura de São Paulo, o sistema tem de ser totalmente estatizado. "Isso pode existir na sociedade capitalista. É assim na Alemanha", afirma.
Carlos de Souza Toledo, secretário de Transporte na administração de Paulo Maluf e do início da gestão de Celso Pitta, defende o distanciamento do Estado da operação, com subsídio zero às empresas. "A prefeitura tem só de fiscalizar", afirma.
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