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20/02/2001
-
04h14
da Folha de S.Paulo
Na avaliação de alguns líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e advogados de integrantes do grupo ouvidos pela Folha, a rebelião poderia ter sido mais bem-sucedida. Segundo eles, o principal objetivo não foi atingido: negociar o retorno dos líderes transferidos da Casa de
Detenção, na sexta-feira passada.
O principal erro, na avaliação dos líderes da Penitenciária do Estado, foi atear fogo aos colchões do primeiro pavilhão. Isso foi feito sem o consentimento das lideranças no fim da tarde de domingo. O resultado é que a tropa de choque da PM teve de invadir os dois primeiros pavilhões. A tropa de choque não costuma fazer invasões à noite.
Uma advogada dos líderes do PCC na penitenciária disse ontem que o grupo "já tem os nomes" das pessoas que atearam fogo aos colchões. Para ela, isso foi iniciativa de grupos contrários ao PCC.
Essas pessoas correm o risco de serem assassinadas dentro da penitenciária pela suposta traição.
A idéia inicial das rebeliões era manter um clima pacífico para que os familiares pudessem ficar mais tempo como reféns e pressionar o Estado a ceder e a trazer os líderes da facção de volta para o Complexo do Carandiru.
Por outro lado, o movimento teria ganho mais adeptos. "Quem não era do PCC, virou", disse P., do Pavilhão 3 à Folha por telefone por volta das 6h45 da manhã de ontem. Segundo ele, mesmo presos que não fazem parte do comando, ficaram revoltados com a atuação da tropa de choque em relação às mulheres e crianças.
Já no fim da rebelião, nas primeiras horas de ontem, tudo o que restou aos líderes do PCC na penitenciária foi negociar a retirada pacífica dos reféns do pavilhão 3.
A única estratégia que se manteve até o final foi a de manter o foco de resistência nesse pavilhão, usando as famílias como escudo. Os detentos do setor estavam armados com estiletes e pistolas e mantiveram 12 funcionários como reféns.
(GABRIELA ATHIAS)
Objetivo principal de rebelião não foi atingido
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Na avaliação de alguns líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e advogados de integrantes do grupo ouvidos pela Folha, a rebelião poderia ter sido mais bem-sucedida. Segundo eles, o principal objetivo não foi atingido: negociar o retorno dos líderes transferidos da Casa de
Detenção, na sexta-feira passada.
O principal erro, na avaliação dos líderes da Penitenciária do Estado, foi atear fogo aos colchões do primeiro pavilhão. Isso foi feito sem o consentimento das lideranças no fim da tarde de domingo. O resultado é que a tropa de choque da PM teve de invadir os dois primeiros pavilhões. A tropa de choque não costuma fazer invasões à noite.
Uma advogada dos líderes do PCC na penitenciária disse ontem que o grupo "já tem os nomes" das pessoas que atearam fogo aos colchões. Para ela, isso foi iniciativa de grupos contrários ao PCC.
Essas pessoas correm o risco de serem assassinadas dentro da penitenciária pela suposta traição.
A idéia inicial das rebeliões era manter um clima pacífico para que os familiares pudessem ficar mais tempo como reféns e pressionar o Estado a ceder e a trazer os líderes da facção de volta para o Complexo do Carandiru.
Por outro lado, o movimento teria ganho mais adeptos. "Quem não era do PCC, virou", disse P., do Pavilhão 3 à Folha por telefone por volta das 6h45 da manhã de ontem. Segundo ele, mesmo presos que não fazem parte do comando, ficaram revoltados com a atuação da tropa de choque em relação às mulheres e crianças.
Já no fim da rebelião, nas primeiras horas de ontem, tudo o que restou aos líderes do PCC na penitenciária foi negociar a retirada pacífica dos reféns do pavilhão 3.
A única estratégia que se manteve até o final foi a de manter o foco de resistência nesse pavilhão, usando as famílias como escudo. Os detentos do setor estavam armados com estiletes e pistolas e mantiveram 12 funcionários como reféns.
(GABRIELA ATHIAS)
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