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20/02/2001 - 20h07

Revista detecta 32 celulares em presídios do interior de SP

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ELIANE SILVA
da Agência Folha, em Ribeirão Preto

Pelo menos 32 telefones celulares foram apreendidos em 15 dos 20 presídios do interior de São Paulo que participaram da rebelião "convocada" pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) no último domingo.

A Agência Folha não conseguiu informações em cinco penitenciárias.

O maior número de apreensões ocorreu em Marília, onde foram encontrados 16 celulares de marcas diversas e seis carregadores após uma operação "pente fino".

Muitos aparelhos foram atirados no pátio no início da revista, que teve a ajuda da Polícia Militar.

Segundo o diretor Silvino Leme Filho, 45, além dos telefones, foram achados cerca de 150 estiletes e um pé de maconha de 20 cm, que estava no meio de uma plantação de pimentão e pimenta.

Nas penitenciárias em que não foram encontrados celulares nos últimos dias, a média de apreensão é de um aparelho a cada 30 ou 40 dias. A exceção é Álvaro de Carvalho.

"Essa praga só não chegou aqui porque não pega. A torre mais próxima fica a cerca de 40 km", disse o diretor Paulo César de Barros, 43.

Os celulares entram nas cadeias trazidos pelos visitantes (incluindo os advogados) ou pelos agentes penitenciários. Segundo a Agência Folha apurou, a "propina" para facilitar a entrada de um celular nos presídios varia de R$ 300 a R$ 600.

O funcionário corrupto responde a processo administrativo. O visitante não é punido, já que a lei não prevê crime ou contravenção penal para o tráfico de celulares nas cadeias.

Reinado Pinto das Mercês, diretor em Iperó, afirma que a falta de punição para os visitantes é uma das causas da popularização do celular nos presídios.

A pessoa flagrada com o aparelho só fica sujeita a uma suspensão da visita por, no máximo, 30 dias.

"Há duas semanas flagramos uma mulher com um celular do tipo pré-pago na vagina e não foi a primeira vez", diz Leme Filho, de Marília.

A solução para o problema, segundo ele, seria instalar portais eletrônicos do tipo usado nos bancos ou aparelhos que bloqueiem o sinal dos celulares.

Em julho do ano passado, após uma rebelião em Presidente Bernardes que resultou na morte de cinco presos, o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, disse à reportagem que já estava estudando o uso de bloqueadores de sinal.

Leia especial sobre a rebelião
 

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