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22/02/2001
-
04h04
da Folha de S.Paulo
O governo do Estado quer que a direção da Escola Politécnica de Engenharia da USP (Universidade de São Paulo) faça estudo sobre o bloqueio da transmissão de sinais para celulares nas penitenciárias.
Segundo o diretor da Poli, Antônio Massola, o contato foi feito no começo da semana.
O diretor disse que, para desenvolver o bloqueio, é preciso criar um tipo de antitecnologia. Por isso, questiona a viabilidade da proposta. "É estranho, porque primeiro vendem o celular e depois querem restringir seu uso."
Massola e professores de telecomunicações da Poli dizem ser difícil bloquear sinais nas penitenciárias sem que isso afete outros usuários na área urbana. O sistema de telefonia móvel funciona por ERBs (Estação de Rádio Base), espécie de antena que transmite os sinais para os celulares.
A proposta foi feita pelo secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, que reuniu-se anteontem com as concessionárias Nextel, BCP, Telesp Celular e Tess, responsáveis pela telefonia móvel no Estado.
As concessionárias não se pronunciaram. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que faz a normatização do serviço, não vai comentar o assunto.
Para professores de telecomunicações da Poli, que pediram para não serem identificados, uma opção seria desligar as ERBs, o que levaria cinco minutos.
O problema é que quem passar em frente a uma penitenciária cujo ERB da região foi desligado terá dificuldades para usar o celular, pois cada estação atende a uma área de 500 metros a mil metros.
Segundo a assessoria da Telesp Celular, as ERBs que atendem a Casa de Detenção, em Santana, deixariam parte da região norte sem serviço, se fossem desligadas.
"Basta lembrar de quando a telefonia celular começou a funcionar. Era difícil falar", disse Massola. "Por isso, o estudo precisa levantar exatamente qual a área (da ERB) e ver se ela não afeta além do raio das penitenciárias ou da região que se quer bloquear."
Solução francesa
Uma medida adotada na França, num presídio no perímetro urbano de Paris e em outro na área rural, foi criar ruídos para impedir a comunicação de presos.
Segundo Fernando Parra, diretor da empresa responsável pela tecnologia (DTS Altran Consulting), o processo é fácil. A empresa determina qual a área a ser bloqueada. Segundo ele, é possível afetar uma área de 10 metros, ao custo estimado de US$ 200 mil.
Depois é colocada uma ERB para atrair as ligações da área. Em seguida é preciso instalar no computador das concessionárias o programa que interfere nas ligações. O custo da ERB e da instalação é de cerca de US$ 80 mil. "Mas o orçamento é feito de acordo com o serviço solicitado." Massola disse não conhecer a tecnologia.
Governo quer que a USP estude bloqueio de ligações
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O governo do Estado quer que a direção da Escola Politécnica de Engenharia da USP (Universidade de São Paulo) faça estudo sobre o bloqueio da transmissão de sinais para celulares nas penitenciárias.
Segundo o diretor da Poli, Antônio Massola, o contato foi feito no começo da semana.
O diretor disse que, para desenvolver o bloqueio, é preciso criar um tipo de antitecnologia. Por isso, questiona a viabilidade da proposta. "É estranho, porque primeiro vendem o celular e depois querem restringir seu uso."
Massola e professores de telecomunicações da Poli dizem ser difícil bloquear sinais nas penitenciárias sem que isso afete outros usuários na área urbana. O sistema de telefonia móvel funciona por ERBs (Estação de Rádio Base), espécie de antena que transmite os sinais para os celulares.
A proposta foi feita pelo secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, que reuniu-se anteontem com as concessionárias Nextel, BCP, Telesp Celular e Tess, responsáveis pela telefonia móvel no Estado.
As concessionárias não se pronunciaram. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que faz a normatização do serviço, não vai comentar o assunto.
Para professores de telecomunicações da Poli, que pediram para não serem identificados, uma opção seria desligar as ERBs, o que levaria cinco minutos.
O problema é que quem passar em frente a uma penitenciária cujo ERB da região foi desligado terá dificuldades para usar o celular, pois cada estação atende a uma área de 500 metros a mil metros.
Segundo a assessoria da Telesp Celular, as ERBs que atendem a Casa de Detenção, em Santana, deixariam parte da região norte sem serviço, se fossem desligadas.
"Basta lembrar de quando a telefonia celular começou a funcionar. Era difícil falar", disse Massola. "Por isso, o estudo precisa levantar exatamente qual a área (da ERB) e ver se ela não afeta além do raio das penitenciárias ou da região que se quer bloquear."
Solução francesa
Uma medida adotada na França, num presídio no perímetro urbano de Paris e em outro na área rural, foi criar ruídos para impedir a comunicação de presos.
Segundo Fernando Parra, diretor da empresa responsável pela tecnologia (DTS Altran Consulting), o processo é fácil. A empresa determina qual a área a ser bloqueada. Segundo ele, é possível afetar uma área de 10 metros, ao custo estimado de US$ 200 mil.
Depois é colocada uma ERB para atrair as ligações da área. Em seguida é preciso instalar no computador das concessionárias o programa que interfere nas ligações. O custo da ERB e da instalação é de cerca de US$ 80 mil. "Mas o orçamento é feito de acordo com o serviço solicitado." Massola disse não conhecer a tecnologia.
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