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25/02/2001 - 04h02

Líderes do PCC se espalham por oito Estados

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da Folha de S.Paulo
da Agência Folha

A facção de presos que organizou a maior rebelião da história do país, o PCC (Primeiro Comando da Capital), tem integrantes espalhados hoje por sete Estados brasileiros -além de São Paulo- envolvidos em rebeliões, mortes de presos e resgates.

É como se as idéias do grupo que tomou 29 unidades prisionais no último final de semana, em São Paulo, estivessem sendo disseminadas, como uma doença contagiosa, por meio de transferências autorizadas pela Justiça e
acertadas pelos governos estaduais para isolar líderes.

Depois da paralisação de São Paulo, articulada por telefone celular por líderes do PCC que estavam em unidades de segurança máxima, supostamente incomunicáveis, o grupo tem dito que pode parar prisões fora do Estado.

A epidemia do PCC pode ter começado em março de 97, por meio de uma troca de condenados feita entre São Paulo e Paraná. Desde então, nove Estados, que representam mais da metade da população carcerária do país, tiveram contato com a facção.

Da Casa de Custódia de Taubaté, no Vale do Paraíba, em São Paulo, saíram cinco presos apontados na época como os fundadores da facção no Estado.
Três anos mais tarde, três desses transferidos estariam à frente da rebelião mais longa da história do Paraná, que terminou com 16 detentos transferidos, a pedido deles, para Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Alagoas.

Depois da passagem dos líderes do PCC pelos presídios paranaenses, surgiu no Estado a facção PCP (Primeiro Comando do Paraná)- cuja existência ainda é negada pelo governo local.

Em Rondônia, os transferidos do Paraná estão causando problemas. ""Tivemos duas rebeliões (com três mortes) desde a vinda deles", disse o coronel José Cantídio Pinto, superintendente de Assuntos Penitenciários do Estado.

Em dezembro passado, criminosos dinamitaram o muro da Casa de Detenção José Mário Alves da Silva.

Na troca de tiros entre policiais e o grupo de resgate, um dos presos transferidos do Paraná que tentava fugir, Luiz Frazão Correa, foi baleado na cabeça. Ele sobreviveu e ainda está preso na unidade.

Em Mato Grosso do Sul, cinco presos ligados ao PCC estão identificados e são mantidos isolados para evitar rebeliões.

Três líderes do PCC estiveram detidos no Ceará e foram transferidos para o Mato Grosso após liderarem rebelião no ano passado.

Maurício Alves Ribeiro, Sebastião Nunes e Reinaldo Teixeira fizeram assaltos com o atual segundo homem do PCC, Marcos Willians Camacho, o Marcola, transferido no último dia 16 de São Paulo para o Rio Grande do Sul.

Fora de São Paulo, o PCC também se apresenta como defensor dos presos. ""Na verdade, eles promovem extorsão de presos", diz o promotor Marcio Sergio Christino, que pesquisa o PCC.

(ALESSANDRO SILVA, CELSO BEJARANO JR., FÁBIO GUIBU, KAMILA FERNANDES, RANIER BRAGON E RONALDO SOARES)
 

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