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08/03/2001 - 19h39

Trabalhadoras rurais realizaram protestos em 21 capitais brasileiras

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Agência Folha

Mulheres sem terra, pequenas agricultoras e representantes de outros movimentos do campo invadiram lojas do McDonald's em Porto Alegre, atiraram pedras e ovos na franquia da lanchonete em Belém e trocaram empurrões com a tropa de choque da Polícia Militar em Recife.

As ações, no Dia Internacional da Mulher, integraram o protesto organizado em 21 capitais pela ANMTR (Articulação Nacional das Mulheres Trabalhadoras Rurais), com a participação de cerca de 19 mil camponesas.

As manifestantes reivindicam agilidade no processo de reforma agrária, mais crédito para os assentamentos e melhoria nas áreas da saúde, previdência e educação.

Em Recife, o conflito aconteceu por volta das 11h, quando um grupo de mulheres tentou entrar no Palácio Campo das Princesas, que estava isolado pela PM, para entregar uma carta de reivindicações ao governador Jarbas Vasconcelos (PMDB).

Os policiais, com escudos e cassetetes, impediram o acesso. Houve troca de empurrões, insultos e correria na rua. Ninguém se feriu. Não houve prisões. Após o conflito, uma comissão foi recebida pelo governador.

Em Porto Alegre, a invasão de 200 mulheres à loja do McDonald's durou uma hora (das 11h às 12h). As manifestantes cantaram hinos e gritaram palavras de ordem contra a política econômica adotada pelo governo federal e os alimentos transgênicos.

Em Belém, segundo a Polícia Militar, um grupo de aproximadamente 400 manifestantes jogou pedras e pichou a lanchonete da rua 14 de Março. Um segurança deu tiros para o alto, mas ninguém ficou ferido.

Em Cuiabá e em Florianópolis, cerca de 3.000 mulheres fizeram atos de protesto em frente a lojas da rede, mas não houve invasão ou outro tipo de violência.

Segundo Nina Tonin, da direção nacional do MST e uma das coordenadoras do movimento da ANMTR, o McDonald's foi escolhido como alvo das ações porque a rede é o "símbolo da política de intervenção dos grandes monopólios no Brasil."

Nas outras capitais, as camponesas participaram de marchas, atos ecumênicos e se concentraram em frente a órgãos públicos. "Atingimos nosso objetivo de reunir as companheiras e tornar pública a nossa pauta de reivindicações", disse a gaúcha Tonin.

Título da terra

Em reunião ontem com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, para apresentar a pauta de reivindicações, uma comissão de trabalhadoras rurais recebeu a notícia de que as mulheres já podem ser co-proprietárias dos lotes do Incra.

Para a coordenadora da ANMTR, a reunião representou a abertura de um canal de negociação. "Fomos bem recebidas, mas se não tivermos respostas concretas nos próximos meses voltamos às ruas, com os homens e crianças."
 

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